O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta terça-feira, 16, que o Brasil quintuplicará as vendas quando produzir carros populares a R$ 70 mil. “Enquanto a gente estiver vendendo a R$ 150 mil não é todo mundo que vai ter um carro zero”, disse o presidente da República.
Lula falou em cerimônia fechada no Palácio do Planalto, cujo áudio foi divulgado. Ele cobrou das montadoras a volta do Salão do Automóvel. “Espero que no ano que vem a gente tenha um salão do automóvel para a gente poder visitar e escolher um carro novo, e um carro mais barato”, disse o petista.
Incentivo a montadoras
Logo no dia 1º do ano, o governo lançou um programa de incentivo ao setor automotivo, o Mover, com custo de R$ 19,3 bilhões em incentivos fiscais até 2028. Segundo o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, o benefício tributário ao segmento será financiado, em parte, pelo aumento do imposto de importação dos carros elétricos e híbridos, anunciado em novembro.
Aprovado pela Câmara após polêmicas com a inserção da taxa de produtos importados acima de US$ 50 dólares, o programa define tributação diferenciada para a veículos sustentáveis, incentivos para a realização de atividades de pesquisa e desenvolvimento para as indústrias de mobilidade e logística, e requisitos obrigatórios para a comercialização de veículos produzidos no País e para a importação de veículos novos.
O Mover foi sancionado pelo presidente Lula em 27 de junho juntamente com a taxação de 20% sobre compras acima de US$ 50.
O projeto do Mover foi aprovado na Câmara no último dia 11 de junho. O relator do projeto na Câmara, o deputado Átila Lira (PP-PI), manteve fora do texto a exigência de conteúdo local para exploração de petróleo e os incentivos a bicicletas elétricas. Essas exclusões foram feitas pelo Senado e confirmadas pelo deputado. A decisão dele foi chancelada pelos deputados com 380 votos a favor e 26 contrários.
Com informações de Estadão Conteúdo (Caio Spechoto e Sofia Aguiar)
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