“Política de preços favorece marcas próprias”, diz CEO do Dia Brasil

Com desemprego e queda na renda, fator preço se tornou fundamental para os consumidores

“Política de preços favorece marcas próprias”, diz CEO do Dia Brasil

Com o desemprego atingindo 14,4 milhões de brasileiros e a queda de 9,4% na renda durante e pandemia, o brasileiro apertou os cintos e reduziu a cesta de consumo nos supermercados. Diante desse cenário, o fator preço se tornou fundamental, favorecendo as marcas próprias.

“A marca própria consegue oferecer preços competitivos e brigar com a liderança. No Dia, a participação chega a quase 30%. Esse é um ativo muito relevante e vamos acelerar. Vamos chegar até onde der”, diz Enéas Pestana, CEO do Dia Brasil, durante participação no Latam Retail Show, que foi conduzido por Marcos Gouvêa, CEO da Gouvêa Ecosystem, e Eduardo Yamashita, COO da Gouvêa Ecosystem.

No evento, foi apresentada a pesquisa “O Futuro do Varejo na Visão de Quem Faz” desenvolvida pelo Centro de Excelência em Varejo da FGV EAESP (FGVcev), em parceria com a Gouvêa Ecosystem. O levantamento foi realizado com 155 varejistas entre os dias 18 de agosto e 8 de setembro.

O investimento feito pelo Dia Brasil segue na contramão da percepção dos varejistas entrevistados. O percentual de empresários que acreditam que as marcas próprias e as vendas diretas dos fabricantes com os consumidores representarão um terço dos negócios passou de 48%, em 2020, para 42% neste ano.

Para Leninha da Palma, presidente do Conselho da Caedu, rede de lojas de moda voltada para a classe C, o nível de exigência do consumidor subiu muito e ele quer ter confiança na marca. “Somos basicamente marca própria. Percebo que o cliente quer ter confiança na marca e na qualidade do produto”, diz.

Segundo ela, em uma pesquisa feita pela Caedu sobre os desejos dos consumidores, o preço não vinha na lista de prioridades. A qualidade e o bom atendimento encabeçam os desejos dos consumidores.

Mudanças sociais

O levantamento indicou forte crença em mudanças sociais. O número de consumidores digitais crescerá fortemente na opinião de 84% dos varejistas e o home office veio para ficar para 63% dos empresários. Essa percepção caiu um pouco em relação ao estudo anterior, havendo 69,8% dos entrevistados considerando o trabalho em casa ainda forte.

Entre as tendências apontadas na pesquisa estão o pagamento instantâneo e os super apps, que devem ganhar força na opinião de 76% e 67% dos varejistas, respectivamente. “O consumidor se permite experimentar as novidades tecnológicas”, afirma Leninha.

A percepção de que o nível de competitividade irá aumentar é forte para 87% dos entrevistados. Em 2020, esse percentual era de 79%. A maioria (63%) acredita que haverá mais concentração dos negócios nas cinco maiores empresas do segmento. Houve um aumento desse percentual em relação ao ano passado, quando 37% dos varejistas consideravam tal concentração nos negócios. De acordo com o pesquisador responsável pelo estudo, Maurício Morgado, os motivos para isso são o impacto da pandemia, a economia incerta, o consumidor mais digital e exigente, avanço da tecnologia (Big Data, Inteligência Artificial, 5G) e dos ecossistemas de negócios.

Imagem: BigStock

 

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