Varejo deve se reaproximar e ajudar consumidor a tomar decisões na retomada

Pesquisa da Globo mostra, ainda, que brasileiro vai investir mais em consumo de itens pessoais

Depois de abrir mão de alguns hábitos de consumo por causa da pandemia de covid-19, como aqueles ligados a viagens e lazer, o consumidor brasileiro pretende, no curto prazo, investir na compra de itens pessoais, como roupas, calçados e cosméticos, e em tratamentos voltados à saúde física e mental. Ele espera, ainda, voltar a ter experiências de compra mais íntimas, com atendentes que mostrem os benefícios dos produtos e os ajudem a tomar decisões.

Essas são algumas das conclusões da pesquisa “O Consumidor Brasileiro Pós-Pandemia: Prioridades de Consumo”, realizado pela Globo e apresentado em primeira mão no terceiro e último dia do Latam Retail Show, maior evento de varejo e consumo B2B do Brasil. A Mercado&Consumo faz a cobertura completa do evento, que começou na terça (14).

Após 53% dos brasileiros declararem que cortaram gastos em função da pandemia, em 2020, a pesquisa da Globo revela que o otimismo voltou. Já para os próximos três meses, o estudo aponta que há maior intenção de consumo justamente nos produtos e serviços dos quais as pessoas mais abriram mão durante a pandemia. Por isso, vestuário, autocuidado, turismo e lazer, além de bebidas alcoólicas, se destacam entre as compras no curto prazo.

“Estamos há 20 meses convivendo com a pandemia. Isso fez o consumidor aprender muita coisa e abrir mão de muita coisa. Além disso houve o impacto econômico da pandemia, que resultou em corte de gastos, desemprego e queda na renda. Estamos diferentes”, afirma o head de Insights para Varejo na Área de Inteligência de Mercado da Globo, Henrique Simões.

Segundo ele, além da busca por produtos que resultem em satisfação pessoal, o consumidor está mais “carente” de relacionamentos. “Estar próximo do consumidor não significa só ter produtos pessoais para vender, mas também ter um atendimento mais pessoal para esse consumidor. O contexto exige empatia.”

Olhar mais qualitativo

A pesquisa mostra, ainda, que o olhar para o consumo está mais qualitativo. Entre os entrevistados, 86% dos consumidores indicaram que valorizam marcas que se preocupam com o meio ambiente, enquanto 72% declararam que querem produtos de melhor qualidade, mesmo se tiverem de pagar mais por eles.

Quando o tema são as compras online, 63% apontam que trocar produtos adquiridos via internet ainda é problemático. Outro empecilho declarado foi o excesso de informações, que para 52% tornam a decisão de compra mais difícil.

O estudo da Globo contempla uma amostra de 1700 entrevistas, coletadas entre 24 e 25 de agosto, com brasileiros conectados, das classes ABC de todas as regiões do país, acima de 18 anos.

Vendas por WhatsApp

Também presente no painel, o diretor-executivo e gestor de Varejo da Riachuelo, Elio Silva, corroborou algumas das informações coletadas na pesquisa com ações feitas pela empresa nesse período.

“Um dos fenômenos que vimos crescer na pandemia foi a venda por WhastApp. O cliente fala com um especialista, que dá pessoalmente informações, mesmo que por meio digital. E o consumidor espera que aquela pessoa conheça a peça, saiba se ela se adequa às necessidades dele, se cai bem no corpo dele, se combina com as peças que ele tem no armário e assim por diante.”

Mas, para Silva, a necessidade de contato pessoal apontada no estudo está relacionada ao fato de que os consumidores estão cansados dos acessos apenas digitais.

Imagens: Shutterstock e Reprodução

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