A inteligência artificial é um dos principais temas no SXSW (South by Southwes) 2023, festival de inovação, que acontece até o próximo domingo, 19, em Austin, no Texas. De ChatGPT a jornadas de atendimento, a IA tem trazido mudanças aceleradas em diferentes segmentos.
Além de soluções, a inteligência artificial traz desafios e oportunidades. Para Renato Floh, diretor de Digital e Omnichannel da Aliansce Sonae+brMalls, para iniciar essa jornada no IA, as empresas e pessoas devem explorar e testar essas soluções nas tarefas diárias. “Apenas esse exercício constante de gerar os “prompts” (comandos) corretos nos ajudarão a realmente utilizá-la a nosso favor”, diz.
Floh destaca que, em vários momentos do evento, foi discutida a importância do lado humano e das relações na evolução tecnológica. “Achei interessante como essa dicotomia entre a evolução tecnológica e o nosso anseio em manter uma relação mais humana, emocional e profunda fará cada vez mais parte do nosso dia a dia (pessoal ou profissional). O grande desafio é como achar essa equação balanceada”, afirma Floh.
Outro desafio abordado no SXSW é como não deixar crescer o abismo social que já existe por conta da tecnologia. “Uma provocação que me deixou bastante preocupado, é que já vivemos em um mundo com bastante desigualdade social. Aprender a viver nesse mundo e utilizar essas ferramentas será ainda mais complexo para as pessoas. Além de todo o gap que já carregamos, teremos que preparar todos (inclusive as crianças) para uma nova dinâmica. Nosso grande desafio, como sociedade, é como não deixar crescer ainda mais esse abismo social”.
O valor das comunidades
Para Thiago Salim Braga, head Corporativo de Marketing da General Shopping & Outlets do Brasil, o ponto central do SXSW é a valorização e reconhecimento das comunidades. “Todas as inovações, como ChatGPT, só fazem sentido em um cenário que você consegue usar esses serviços a favor do que a comunidade quer, e assim amplificar isso através das marcas”, diz.
Como exemplo, ele cita a sinergia entre o varejo e os shoppings, que já são palco de experiências, trocas e relações humanas. “O desafio é como podemos amplificar e dar voz a essas conexões, entendendo exatamente o que a população quer e atuar para isso, saindo de uma operação apenas voltada a transações, e indo para a valorização das relações. “Melhor do que vender, é construir comunidade” foi uma frase que absorvi aqui, e acredito que isso pode, e deve, ser aplicável a todo o varejo brasileiro como premissa”, afirma.
Outro destaque do festival, na opinião de Braga, é a descentralização de receita do varejo: além das vendas tradicionais, o varejo possui variadas formas de gerar receita com novos canais, parcerias, CRM, focando sempre na comunidade, e indo muito além do m² e ABL.
“Neste cenário pós-pandêmico, ouvimos muito que o físico não faria mais sentido para os consumidores, que o digital dominaria o futuro. Sem dúvidas o digital tem um papel fundamental, mas agora, em 2023, podemos comprovar que o contato físico ainda é indispensável, como seres humanos e como consumidores, é uma sinergia completa entre os dois que vai fazer as marcas continuarem a serem relevantes, atuando no figital.”
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