A Frigol, que atua nos segmentos de carne bovina e suína, registrou lucro líquido de R$ 24 milhões no segundo trimestre de 2023, o que representa uma queda de 53% ante o lucro líquido apurado em igual período do ano passado. A receita bruta somou R$ 821 milhões, recuo de 15% na comparação anual, e o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) alcançou R$ 29 milhões, 66% inferior ao Ebitda apurado há um ano, com margem de 4%.
“Como consequência da disciplina financeira e esforço na gestão de capital de giro, encerramos o período com caixa de R$ 292 milhões, 38% maior do que o registrado ao fim do primeiro trimestre e alta de 36% na comparação anual”, afirma em comunicado o CFO (diretor Financeiro) da Frigol, Eduardo Masson.
Na comparação com o primeiro trimestre de 2023, a receita bruta cresceu 12%. No período de janeiro a março, a Frigol registrou prejuízo líquido de R$ 15 milhões.
“Foi um período de recuperação, depois de um primeiro trimestre marcado pelo autoembargo nas exportações (de carne bovina) para a China. Porém, como já prevíamos, houve queda na comparação anual, com as receitas de exportação impactadas por uma valorização do real e pela queda no preço pago pelo mercado chinês”, disse o CEO da Frigol, Eduardo Miron, em nota sobre os resultados. “Por isso, adotamos a mesma estratégia do período de embargo, redirecionando as vendas para o mercado interno, onde temos marcas e forte relacionamento com clientes. O fato de termos vendas balanceadas entre mercado interno e externo é positivo para nossa companhia, pois permite flexibilidade no direcionamento das vendas”, complementou.
As vendas para o mercado externo representaram 54% da receita bruta da Frigol, acima dos 42% contabilizados no primeiro trimestre e em linha com os 55% atingidos no segundo trimestre do ano passado.
A China foi o principal destino dos embarques, seguida da Israel.
Expansão
No segundo trimestre, a Frigol concluiu projetos que permitiram aumentar a capacidade produtiva de suas três plantas de bovinos, em Lençóis Paulista, no Estado de São Paulo, e nos municípios de Água Azul do Norte e São Félix do Xingu, no Pará. Com as ampliação de capacidade, a empresa poderá abater 590.000 animais em 2023, 25% a mais do que em 2022.
“Elegemos 2023 como o ano da eficiência operacional e estamos cumprindo as metas ao ampliar a capacidade de produção, sofisticar o processo de monitoramento de fornecedores para garantir a sustentabilidade, diversificar mercados, além de desenvolver ações para nos aproximarmos de clientes no mercado externo e interno. Dessa forma, estaremos preparados para crescer no momento de recuperação de nosso setor”, destacou Miron.
A empresa informou que, no segundo trimestre, participou da Sial China – maior feira internacional de produtos alimentícios, em Xangai, estreitando relacionamento com clientes-chave. Além da China, o bloco de países da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), que tem uma população de cerca de 700 milhões de pessoas, tem sido visto com grande potencial para a companhia.
Também no segundo trimestre, a Frigol obteve habilitação para exportar para Cingapura, além da habilitação conquistada para a Indonésia em janeiro. Conforme a companhia, o próximo passo é buscar habilitações para Filipinas e Malásia. A FriGol exporta para mais de 60 países.
Mercado interno
No Brasil, a Frigol deu continuidade à expansão do projeto Açougue Completo FriGol, parceria com supermercados com foco na venda de produtos de alto valor agregado.
A empresa lembrou que monitora 100% dos fornecedores diretos em todos os biomas e que recentemente anunciou que implementará o Protocolo de Monitoramento Voluntário de Fornecedores de Gado no Cerrado.
Desenvolvido pelas associações sem fins lucrativos Proforest e Imaflora, a iniciativa busca o alinhamento de condutas responsáveis de monitoramento socioambiental para a compra de produtos de origem bovina no bioma.
Com informações de Estadão Conteúdo
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