“As empresas deveriam investir em IA preditiva”, diz Eric Seigel

Na abertura do Latam Retail Show, fundador da Machine Learning Week citou que a análise preditiva gera previsões que melhoram as principais operações em grande escala

À medida que a IA generativa, como o popular ChatGPT, avança como prioridade para as empresas transformarem a maneira como produzem conteúdo, criam produtos e interagem com seus clientes, a IA preditiva se destaca por sua capacidade de transformar grandes volumes de dados em previsões, como antecipar o comportamento dos clientes, melhorar a eficiência operacional e reduzir custos.

“As empresas deveriam investir em IA preditiva. Com ela, conseguimos prever o comportamento individual dos consumidores, calcular o risco de uma fraude ou até a probabilidade de um cliente deixar de utilizar nossos serviços. Essa análise profunda é o que torna essa tecnologia tão valiosa para as empresas”, diz Eric Siegel, fundador da Machine Learning Week e autor do best-seller “The AI Playbook”, na abertura do Latam Retail Show do  9ª edição do Latam Retail Show, que começa nesta terça-feira, 17, e segue até o dia 19 no Expo Center Norte, em São Paulo. A Mercado&Consumo fará a cobertura completa com entrevistas, cobertura de palestras e gravações de webcasts dentro de um estúdio montado na área expositiva.

Siegel destacou que a IA preditiva requer machine learning; e o machine learning depende de dados. A partir daí, ela gera previsões que melhoram as principais operações em grande escala. “Dessa forma, aumentamos as vendas, cortamos custos, combatemos riscos evitamos fraudes e agilizamos a logística”, diz.

Entre as grandes corporações que têm alcançado resultados com a IA preditiva, Seigel citou a UPS, gigante de logística e maior concorrente da FedEx. Ao prever qual pacote deve ser alocado em cada caminhão, a empresa não apenas aumenta sua eficiência, como também economiza 185 milhões de milhas por ano, reduzindo significativamente suas emissões de CO2. “O sucesso da UPS é um exemplo claro do impacto positivo da IA preditiva na otimização de processos complexos e na sustentabilidade das operações.”

A Target, segunda maior rede varejista dos EUA, registrou um aumento de 15% a 20% na eficácia de suas campanhas de marketing, ao utilizar machine learning para prever a probabilidade de compra de seus clientes. “A capacidade de prever o comportamento do consumidor e priorizar os leads mais promissores é o que diferencia uma estratégia preditiva de uma abordagem tradicional”, afirma Siegel.

O impacto positivo da IA preditiva não está restrito apenas a grandes empresas. A Harbor Suites, uma pequena empresa de doces, viu uma taxa de resposta de 40% entre os clientes inativos, após implementar a tecnologia. Segundo ele, isso demonstra que, independentemente do tamanho do negócio, a IA preditiva pode criar campanhas mais eficazes, personalizar ofertas e aumentar o retorno sobre o investimento em marketing.

No varejo

Diferentemente da IA generativa, que se destaca pela simplicidade no uso de linguagem natural para gerar conteúdo ou automatizar tarefas, a IA preditiva vai mais fundo ao utilizar machine learning para prever comportamentos específicos e otimizar operações complexas.

A capacidade de prever o que o cliente quer antes mesmo dele saber é um exemplo de como os dados podem ser usados na análise preditiva. No varejo, por exemplo, a Amazon utiliza IA preditiva para recomendar produtos, gerando 35% de suas vendas a partir dessa estratégia.

Para Siegel, o verdadeiro valor da IA preditiva está em sua aplicação estratégica. “Machine learning não é apenas sobre coletar dados, é sobre entender o que esses dados nos dizem para tomarmos decisões melhores e mais precisas. A IA preditiva transforma a ciência de dados em ação, seja para aumentar vendas, prevenir fraudes ou melhorar a logística”, explica.

Repensar estratégia

Na abertura do Latam Retail Show, Marcos Gouvêa de Souza, fundador da Gouvêa Ecosystem e publisher da Mercado&Consumo, destacou a importância de repensar estratégias, operações, cultura, modelo de negócios e gestão. “Quando discutimos varejo e comércio, falamos do maior empregador privado do País. Esse é o momento de reconhecer o que temos feito e bem feito e mostrar os que têm conseguido pavimentar a avenida do futuro”, diz. 

Durante os três dias, o LRS deve receber 276 palestrantes, com 10 horas de conteúdo gratuito e pago. O evento contará com um espaço gratuito, a Área Expo, que deve receber cerca de 10 mil pessoas.

O evento também marcou os 20 anos do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), entidade que nasceu com o objetivo de aumentar a representatividade do setor. “O IDV nasceu em 2004, com um grupo de empresários inconformado com a nossa representatividade. Crescemos e nos desenvolvemos. Nesse evento, a gente vê que todas as áreas serão abrangidas”, destaca Jorge Gonçalves Filho, presidente do IDV.

Imagens: Mercado&Consumo

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