A Coordenadora de Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo realizou nesta segunda-feira, 19, fiscalizações em estabelecimentos que receberam cargas de ovos e aves provenientes do Rio Grande do Sul. A medida, segundo nota da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, é uma forma de prevenção à entrada da influenza aviária de alta patogenicidade, doença detectada, na semana passada, em uma granja comercial gaúcha. A fiscalização se estende a cargas que foram recebidas durante o mês de maio, complementa a pasta.
A operação ocorreu em granjas dos municípios de Arthur Nogueira e Pirassununga, além de um incubatório em Tietê. “Importante salientar que as cargas fiscalizadas não tinham como origem nenhum dos municípios que estão dentro do raio de 30 km do município onde ocorreu o foco”, explica o médico veterinário Paulo Blandino, gerente do Programa Estadual de Sanidade Avícola da CDA. O município em questão é Montenegro, na região metropolitana de Porto Alegre.
As inspeções para eventuais descobertas de focos de gripe aviária nas granjas paulistas já são rotineiras, acrescenta a secretaria, desde que, em 2023, a doença chegou no País, afetando aves silvestres. “Do início de 2024 até agora, foram feitas 3.305 ações de vigilância ativa em todo o território paulista, com atenção especial ao litoral”, diz.
PR destrói mais de 10 milhões de ovos para proteger status sanitário
O governo do Paraná concluiu nesta segunda-feira, 19, a destruição de mais de 10 milhões de ovos férteis como medida preventiva contra a influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1). A eliminação foi determinada após a identificação de um lote com 12 mil ovos oriundos de uma granja de Montenegro (RS), onde foi confirmado o primeiro foco da doença em uma unidade comercial. Embora não houvesse indícios de contaminação, todos os ovos armazenados no incubatório paranaense foram descartados, conforme protocolo sanitário.
A ação foi coordenada pela Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) e segue o Plano Nacional de Contingência da Influenza Aviária. Os ovos destruídos não eram destinados ao consumo humano, mas sim à incubação para produção de pintainhos. A eliminação teve início na sexta-feira, 16, e foi finalizada nesta segunda-feira, atingindo um total de 10.163.130 unidades, segundo a Adapar. A medida, considerada extrema, foi adotada para impedir qualquer possibilidade de propagação do vírus.
O Paraná não registra casos confirmados ou suspeitos da doença, mas a proximidade geográfica com o foco gaúcho e a movimentação de material genético entre Estados motivaram a ação preventiva. O Ministério da Agricultura confirmou que a decisão tem respaldo técnico e foi adotada em conjunto com autoridades estaduais para garantir a biossegurança da cadeia avícola.
O Estado é o maior produtor e exportador de carne de frango do Brasil, respondendo por cerca de 35% da produção e 42% das exportações nacionais. Qualquer ocorrência da gripe aviária em granjas comerciais paranaenses teria potencial de provocar bloqueios comerciais adicionais e comprometer a credibilidade sanitária do País. Após a confirmação do foco no Rio Grande do Sul, países como China, México, Argentina, Uruguai e União Europeia suspenderam temporariamente as importações de carne de frango brasileira.
Na tentativa de conter os impactos, o secretário estadual da Agricultura, Marcio Nunes, reuniu-se no sábado, 17, com lideranças do setor produtivo e com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. Segundo Fávaro, negociações estão em andamento para que as restrições impostas por importadores possam ser revistas com base na rastreabilidade dos focos e no isolamento da área afetada. “Com eficiência e transparência, o comércio pode ser retomado antes dos 60 dias inicialmente previstos”, afirmou.
A Adapar reforçou que os ovos destruídos não apresentavam sintomas da doença, mas a eliminação total das unidades se deu por cautela. A agência também reforçou a importância da colaboração dos produtores no cumprimento dos protocolos de biossegurança, incluindo controle de acesso às granjas, desinfecção de veículos, roupas e calçados, além da notificação imediata de qualquer alteração no comportamento das aves.
O sistema de vigilância estadual atua com mais de 300 propriedades monitoradas por amostragem e atendimento a suspeitas em menos de 12 horas. A destruição dos ovos, embora onerosa, foi considerada necessária para manter o status sanitário do Estado e evitar a disseminação do vírus em plantéis comerciais.
Com informações de Estadão Conteúdo (Tânia Rabello e Gabriel Azevedo).
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