Back to the Future

Back to the Future

Tudo parece indicar que temos à frente um período mais positivo para a economia, o consumo e o varejo do Brasil. Nada mais natural, quando comparamos com os períodos turbulentos que ficam para trás. E isso tem muito a ver com uma obrigatória análise ampliada do cenário global e seus impactos em nossa própria realidade.

Sem ilusão ou discussão política, é preciso considerar que o quadro difícil vivido por diversas economias desenvolvidas na Europa, América do Norte e Ásia, especialmente as regiões mais dependentes da China, comparado com os fatores estruturais brasileiros em retomada pós-pandemia, criam um cenário mais positivo à frente que nos dão o direito, talvez a obrigação, de voltarmos a sonhar com um projeto mais ambicioso de futuro.

Daí, a proposta do Back to the Future. Dessa forma mesmo, em inglês, pois sua tradução talvez pudesse ensejar especulações político-partidárias.

Mas, para isso, é preciso avaliar e considerar todos os elementos estruturantes passíveis de serem organizados para a necessária criação de um projeto de futuro para o Brasil.

No cenário global à frente, o Brasil está um pouco mais isolado geograficamente de áreas sob crescente pressão no futuro próximo e tem potencial para converter um conjunto de fatores positivos em energia transformadora da nossa realidade nesse momento próximo.

Mas é decisivo que o setor privado possa se organizar para ser protagonista nesse projeto, pois o futuro é assunto sério demais para ficar só por conta dos políticos.

O conjunto da obra mostra que caminhamos aos trancos e barrancos para chegarmos neste momento com muitas feridas, carências e desigualdades, inaceitáveis se pensamos num projeto de longo prazo. Na educação, na saúde, na fome, na segurança, na sustentabilidade, para lembrar o mínimo.

Mas também é verdade que existe um Brasil, em especial o do setor privado, que cresce, expande, entende o mundo, cria o futuro, se desenvolve, pensa grande e é líder global em diversas frentes, em especial no agronegócio, nosso maior diferencial, está tecnologicamente avançado, como mostram 5G, Pix e muitas outras iniciativas, é resiliente, flexível, adaptável e, acima de tudo, está vocacionado para crescer em muitas de suas diversas áreas.

Sem esquecer nunca de tudo que precisa ser corrigido.

É um País de omniconsumidores-cidadãos, que emergiu do período tenebroso da pandemia mais consciente, preparado, conectado, tecnologicamente mais equipado e solidário.

E que no meio da tempestade mostrou virtudes que precisam ser valorizadas. E acima de tudo, precisa pensar grande e com os olhos no futuro.

A disputa política de curto prazo tende a criar uma cortina de fumaça caracterizada numa mesquinhez crônica, que valoriza mais os erros dos que os acertos, mais o curto prazo do que o futuro e onde a crítica, a visão do copo meio vazio se tornam dominantes. Sem nenhuma conexão com qualquer vertente político-partidária. Temos muitas feridas abertas para pensarmos apenas em curativos paliativos de curto prazo.

Mas o paciente tem vigor, força e está estruturalmente preparado para maiores desafios num cenário em que mundo está cambaleando.

O que não falta são diagnósticos dos problemas e suas causas.

O que nos falta é um projeto que integre as virtudes, conhecimento, visão e determinação do setor privado para promover a transformação. Insistimos. Um projeto de futuro é assunto sério demais para deixar apenas por conta dos políticos.

Essa foi uma das principais conclusões de todas e todos que participaram do Latam Retail Show 2022, presencial e virtual, que depois de 102 horas de conteúdo, 218 palestrantes nacionais e internacionais, 8 pesquisas inéditas sobre diferentes temas analisando percepções da realidade na visão de consumidores e líderes dos setores de varejo e consumo puderam observar como estamos avançados nas mais diversas áreas dessas atividades.

E, de maneira quase natural, o Back to the Future emergiu como a proposta para o tema central do evento do próximo ano, de 19 a 21 de setembro de 2023, como um caminho a ser construído, integrando mais o setor privado na transformação que continuará a acontecer no País.

Especialmente, se os líderes que inspiram líderes dos setores do varejo e consumo trouxerem sua contribuição, visão e determinação para que isso possa acontecer.

Por incrível que pareça construir o futuro depende de nós.

Marcos Gouvêa de Souza é fundador e diretor-geral da Gouvêa Ecosystem e publisher da plataforma Mercado&Consumo.
Imagem: Shutterstock

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