Hoje vamos falar de um assunto muito importante em todas as esferas da nossa vida, que é a inclusão! Precisamos começar fazendo a coisa acontecer desde o início para que esse novo mundo seja um lugar para todos. Que todos possam se sentir representados, que todos tenham oportunidade de utilizar e que seja um marco na sociedade na qual o viés seja pensar em todos, no bem-estar de todos, nas ofertas de ensino para que as pessoas que têm menos acesso à educação possam aprender no metaverso e uma fonte de geração de contatos para que as pessoas possam se relacionar e ampliar as suas redes de relacionamento.
A pandemia trouxe muitos prejuízos sociais para todos, mas especialmente para alguns grupos que foram deixados de lado e que agora têm a chance de se renovar e passar a fazer parte desse mundo inclusivo chamado metaverso.
Acessibilidade, diversidade, inclusão e equidade no metaverso. Essas questões precisam ser abordadas nessa nova realidade virtual imersiva e interativa antes que se tornem “arraigadas”. O alerta é do vice-presidente global de Sustentabilidade da EY, Steve Varley. “Há oportunidade de projetar o metaverso desde o início para inclusão social e equidade entre muitas partes interessadas, em vez de deixá-lo se tornar o domínio dos ricos e daqueles com acesso”, diz.
“Imagine as possibilidades de uma universidade no metaverso oferecendo o poder de experiências imersivas e colaboração virtual para jovens, independentemente de sua renda ou localização”, diz Varley.
Segundo Maxine Williams, vice-presidente em diversidade da Meta, que é a empresa dona do Facebook, não será possível obter uma audiência diversificada se não houver diversidade nesse novo mundo. Aqui está a resposta da equação. Para ter inclusão, diversidade e equidade, o metaverso precisa ser pensado para incluir, precisa representar os mais diversos grupos para que as pessoas se sintam em casa e assim teremos um novo lugar de convivência e crescimento profissional e pessoal.
Um dos pilares para que a inclusão aconteça será ampliar o acesso à tecnologia para usuários e desenvolvedores. Outro pilar é a redução dos valores dos equipamentos para que a experiência seja completa, como os óculos de Realidade Virtual, os headsets e outros. E, para fechar esse tripé, as grandes empresas de tecnologia precisam capacitar gratuitamente os usuários para que aprendam a produzir conteúdo no novo mundo virtual, gerando assim novas oportunidades de trabalho.
Uma pesquisa feita pelo Institute of Digital Fashion (IoDF) quantificou a importância da Diversidade, Equidade & Inclusão para o desenvolvimento dos metaversos. Nesta pesquisa, para 70% dos entrevistados, a representação de gênero é vital nos mundos virtuais, 68% afirmam que grupos minorizados são sub-representados nestes ambientes e 59% sentem falta de roupas que incluam formatos de corpos diversos nos universos digitais imersivos.
Os números acima nos dizem muito. Se queremos um metaverso para todos, no qual todos sejam iguais e tenham as mesmas possibilidades, precisamos trabalhar de forma que as pessoas se sintam representadas. Oitenta e sete por cento das pessoas que participaram dessa pesquisa manifestaram que os seus avatares virtuais devem representar as suas características físicas da vida real. As pessoas querem se enxergar nos seus avatares e isso cria uma responsabilidade e um compromisso por parte de quem está construindo.
De acordo com as decisões que forem tomadas, teremos um metaverso contributivo para evolução da sociedade que visará reduzir a discriminação ou, ao contrário, a potencializará ainda mais.
Existem muitas estimativas sobre o tamanho que terá o metaverso. Algumas pesquisas levam para uma indústria de US$ 13 trilhões em 2030 (o PIB da China), reunindo 5 bilhões de usuários (a população da Ásia). É uma oportunidade gigantesca para avançar décadas na inclusão de grupos minorizados, seja na partilha dessa riqueza que será criada, seja no protagonismo e na representatividade desses públicos.
Não podemos construir um metaverso que dê ibope para as discriminações da sociedade. Um metaverso sem DE&I criará uma realidade distópica e insustentável. Por este motivo precisamos ter esse mindset desde o primeiro tijolo da construção do metaverso, para que ele seja construído em cima desses pilares, enfatizando um ambiente livre, descentralizado, onde haja espaço para todos serem felizes!
Todos os olhares do mundo estão voltados para o metaverso com todas as suas camadas, oportunidades e desafios. Esse novo mundo veio para trazer saúde mental para a sociedade, abrindo as portas para todos, sem distinção. Daí, sim, vai valer a pena!
Vejo vocês no próximo episódio!
Patricia B. Bordignon Rodrigues é diretora de Marketing e Canais Benkyou.
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