Confiança do consumidor registra queda de 2,9% em março, aponta ACSP

A confiança diminuiu em todas as regiões do país, exceto no Sul

Confiança do consumidor registra queda de 2,9% em março, aponta ACSP

O Índice Nacional de Confiança (INC) atingiu 99 pontos em março de 2024, registrando uma queda de 2,9% em comparação com o mês anterior e de 3,9% em relação ao mesmo período do ano passado. O levantamento foi realizado pela PiniOn em nome da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), envolvendo uma amostra de 1.711 famílias residentes em capitais e cidades do interior, abrangendo todo o território nacional.

Esta é a quarta queda mensal consecutiva e a terceira contração em relação ao mesmo mês do ano anterior desde janeiro de 2021, período marcado pela pandemia de covid-19 e pelo isolamento social. O resultado do INC indica que a confiança do consumidor se encontra no campo pessimista, abaixo de 100 pontos.

A confiança diminuiu em todas as regiões do país, exceto no Sul, onde o índice permaneceu estável. Ao analisar por classes socioeconômicas, observou-se uma redução nas classes C e DE, enquanto a classe AB manteve-se estável.

Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da ACSP, ressalta que, de modo geral, houve uma deterioração maior na percepção das famílias em relação à sua situação financeira futura, apesar de um aumento na sensação de segurança no emprego.

“O recuo da confiança do consumidor resultou em diminuição da disposição a comprar itens de maior valor, como carro e casa, e também da intenção de adquirir bens duráveis. A propensão a investir, por outro lado, mostrou leve aumento”, ressalta Gamboa.

A tendência negativa do indicador reflete o processo de desaceleração da economia, que teve início no ano passado. Isso ocorre num contexto de elevado endividamento das famílias, juros ainda em patamares elevados e aumentos dos preços dos alimentos. Estes últimos afetam de forma mais significativa as famílias pertencentes aos segmentos de renda mais baixos.

“A evolução da confiança do consumidor durante os próximos meses dependerá fundamentalmente das perspectivas da renda e do emprego, que, até o presente momento, são de menor crescimento em relação ao ano passado.” conclui o economista da ACSP.

Imagem: Shutterstock

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