A crise gerada pela Covid-19 no Brasil e no mundo fez com que quase todas as lojas físicas, com exceção daquelas consideradas essenciais, como supermercados e farmácia,) tivessem de interromper suas atividades temporariamente. Para driblar essa barreira de uma maneira inovadora, a rede de chocolaterias Dengo surpreendeu o mercado ao criar a primeira loja “ao vivo”, via streaming, do Brasil.
Nesta manhã (21), durante mais uma edição do Mercado&Consumo em Alerta, Samira Bolson, head de Varejo da Dengo Chocolates contou um pouco sobre a estratégia de live commerce, adotada pela empresa em maio deste ano, na loja dentro do Shopping Eldorado, em São Paulo, para atender os consumidores. Apesar de ser totalmente aderente ao período atual, o projeto começou há pouco mais de um ano, quando a Dengo estudava formas de levar a experiência do espaço físico para o virtual. “O piloto ficou pronto bem na época da pandemia, justamente quando precisaríamos do projeto rodando”, contou Samira.
A novidade foi colocada no ar poucos dias antes do Dia das Mães e teve um aumento de 120% em transações no último mês, em comparação com maio de 2019. “Precisamos ser criativos, uma vez que o nosso segmento não tem muita força no e-commerce como os demais por se tratar de um item de indulgência”, explicou.
Durante o bate-papo a executiva contou que a retomada dos negócios tem sido lenta, mas potencializada graças a diversificação de canais de vendas. Samira disse que o Dia dos Pais trouxe um pouco mais de ânimo nas vendas com um fluxo melhor nas lojas. “Até tudo se estabelecer precisamos focar os nossos esforços no digital com o apoio do delivery, canal que estamos fortalecendo dia a dia. Com todo este cenário, as lojas passaram a operar como mini centros de distribuição para aproveitar o raio no entorno das operações e não podemos ignorar isso”, contou.
Samira disse ainda que à medida que aumenta o número de lojas abertas, os pedidos no delivery caem, assim como as vendas no e-commerce. Segundo ela, o impacto não fica restrito apenas as vendas, mas também nas metas individuais de cada loja. “O varejo vai ter que reinventar os seus indicadores. A interferência do delivery na conversão na loja e nas metas individuais dos vendedores é algo a ser pensado. Mudou tudo, pois teremos de construir esses KPI’s novamente a partir deste novo normal”, revelou.
A executiva disse ainda que o momento é válido para que todos repensem em uma nova forma de trabalhar no varejo. “O propósito e a verdade da empresa ficaram ainda mais valorizados pelo consumidor. E as empresas devem ser fiéis a isso e atender o cliente de acordo com a sua conveniência”, finalizou.
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