Os supermercados do Estado do Rio de Janeiro abriram 528 vagas de trabalho com carteira assinada em outubro de 2022. Este foi o segundo mês consecutivo de saldo positivo, tendo em vista as contratações de setembro, que chegaram a 806. O resultado fluminense contribuiu para o nacional em outubro, atingido 12.267.
A informação foi divulgada pela Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj), que, também analisou os dados de receita, vendas e da cesta básica medida pelo Dieese.
Segundo o presidente Asserj, Fábio Queiróz, a tendência é fechar o ano com saldo positivo, pois novembro e dezembro costumam ser meses que registram aumento de contratações e vendas.
“Foi um ano difícil para o setor, com inflação alta, e situações externas que impactaram nos preços, como a guerra da Ucrânia. A partir de novembro, no entanto, tivemos eventos que contribuíram para uma retomada, a primeira Copa no verão, Black Friday e as festas de fim de ano. Projetamos aumento de receita e novas contratações”, analisou.
Em termos de receita, os supermercados registraram aumento de 0,7% em outubro, em relação ao mesmo mês do ano passado, porém, recuo de 3,1% no acumulado do ano. Em 12 meses até outubro, a queda foi de 4% no estado.
Vendas nos supermercados
Em relação às vendas, o Rio de Janeiro observou crescimento nas vendas dos supermercados em outubro. A análise é baseada no desempenho do volume do comércio varejista fluminense em geral e o peso do setor de supermercados que é de 28,9%. “Este resultado está alinhado às expectativas otimistas da Asserj para o segundo semestre, diante da maior geração de emprego e do aumento dos benefícios sociais federais”, comentou Fábio Queiróz.
Em outubro, as vendas do varejo fluminense voltaram a crescer (+1,2%), já descontada a inflação. O desempenho fluminense foi bem melhor que a média nacional (+0,4%), na comparação com o mês anterior. O resultado nacional foi limitado pela queda nas vendas dos supermercados (-0,1%).
No acumulado no ano de 2022, por sua vez, no setor de supermercados, foram registrados resultados distintos entre o setor no Brasil (+1,0%) e no Rio de Janeiro (-3,1%), indicando que a economia fluminense performou em patamar inferior à economia nacional esse ano.
Em relação à cesta básica medida pelo Dieese em novembro, o Rio de Janeiro registrou alta de 1,8%, em relação ao mês anterior.
Safra de inverno e chuvas
Assim como em setembro, o destaque no Rio de Janeiro foi para o aumento do preço da batata nos supermercados, diante do fim da colheita da safra de inverno e às chuvas no Sudoeste Paulista e no Sul de Minas; e do tomate, diante do fim dos frutos na safra de inverno e ao clima ameno.
Por outro lado, amenizaram a inflação carioca em novembro a continuidade da trajetória de queda de preços do leite integral e do feijão preto, diante de menor demanda pelos altos preços já praticados e maior oferta no campo de ambos os produtos. Na capital fluminense, verificou-se também queda de preços do café em pó, acompanhando menor valor da commodity no mercado internacional.
No Brasil, foram verificados aumento de preços em 12 das 17 capitais pesquisadas em novembro. O custo da cesta básica carioca (R$ 749,25) se manteve como quarto maior do país, atrás de São Paulo (R$ 782,68), Porto Alegre (R$ 781,52) e Florianópolis (R$ 776,14).
No acumulado do ano até novembro, o preço da cesta básica apresenta inflação de dois dígitos tanto no Rio de Janeiro (+12,5%), como no Brasil (+11,2%), variações superiores às observadas em 2021, tanto no Estado (+7,3%), como no país (+9,6%).
Em relação à inflação, o custo de vida foi menor no Rio em novembro, ficando em 0,34% no IPCA. No país, a taxa oficial de inflação ficou em 0,41% no mês passado. No acumulado do ano, o consumidor fluminense também pagou menos do que o brasileiro em geral em alimentos e bebidas e produtos de higiene pessoal. No Estado do Rio, a alta foi de 11,1% em alimentos e bebidas no estado contra 12,4% no país, entre janeiro e novembro. Já em relação aos itens de higiene pessoal, a alta acumulada no mesmo período foi de 9,4% no Rio, abaixo dos 12,6% registrados no País.
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