Entidades ligadas ao comércio pedem ao governo do Estado de São Paulo a ampliação do horário de funcionamento nas próximas semanas para atender à demanda do Dia das Mães, que será comemorado em 9 de maio. Atualmente, o Estado está na fase de transição entre a vermelha e a laranja, as duas mais rigorosas do Plano São Paulo, que determina as regras a serem seguidas em meio à pandemia de Covid-19. As atividades comerciais estão permitidas diariamente, mas apenas entre 11h e 19h.
“Seria de fundamental importância se pudéssemos ampliar o horário de funcionamento para que não haja aglomeração e para que os comerciantes possam ter um respiro depois de tanto tempo com as atividades interrompidas”, disse o presidente da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) e da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Alfredo Cotait Neto.
Cotait Neto participou de uma reunião virtual com o governador João Dória no começo da semana. Além dele, o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), Abram Szajman; o presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), Glauco Humai; e o presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Nabil Sahyoun, apresentaram propostas para minimizar os impactos da crise econômica gerada pela pandemia e pelas medidas restritivas.
As entidades solicitaram que nenhuma categoria do comércio volte a fechar e que opções sejam encontradas caso haja uma regressão no Plano SP. “O que o comércio precisa neste momento é de planejamento e esta instabilidade, de hora fecha e hora abre, prejudica a todos”, ponderou Cotait.
Consideração e realidades locais
Outro pedido foi sobre a possibilidade de que a definição do horário de funcionamento do comércio, nesta fase de transição e nos demais períodos do Plano SP, possa compreender as realidades locais. Na avaliação das entidades, cada região tem uma dinâmica e, por isso, não é possível definir uma regra padrão. A proposta é para a criação de microrregiões dentro do plano de retomada.
A manutenção do delivery e do take away, em qualquer circunstância, foi mais uma proposta defendida. Cotait reforçou que a rede de Associações Comerciais está à disposição para realizar, em parceria com o Estado, uma ampla campanha de conscientização sobre o uso de máscara e de álcool gel, higienização das mãos e vacinação.
O presidente da Fecomercio-SP voltou a solicitar a postergação do pagamento de impostos, principalmente das MPEs. “O alongamento do prazo para o pagamento dará uma chance para que os pequenos comércios se recuperem”, afirmou Abram Szajman.
O presidente da Abrasce, Glauco Humai, destacou a necessidade de manutenção do diálogo entre governo e entidades e sugeriu a ampliação na capacidade de atendimento dos atuais 25% para, no mínimo, 40%. Já o presidente da Alshop, Nabil Sahyoun, pediu que o governo avalie a realização de um programa de recuperação fiscal, um refis, principalmente para os débitos acumulados durante o período de pandemia.
Take-away não será mais proibido
O governador informou que a tendência de momento, com a estabilidade dos casos e mortes da Covid-19, após o período de restrição mais rígida, é que o comércio não feche novamente. Contudo, ressaltou que a decisão caberá ao comitê de saúde. Doria afirmou, no entanto, que o delivery e o take away não serão mais proibidos, em nenhuma circunstância.
Sobre a campanha de conscientização, o governador se mostrou satisfeito com a proposta e disse que ela terá início “o mais rápido possível”. “Vamos desenvolver uma campanha que demonstrará que todos nós estamos unidos em torno da retomada da economia e contra a Covid-19”, salientou.
Doria classificou o pedido de postergação de impostos como “razoável, justo e viável”. “Vamos debater esta proposta durante uma reunião com o secretário Henrique Meirelles (Fazenda) e sua equipe”, informou.
Também participaram da reunião o secretário de Saúde do Estado, Jean Gorinchteyn; o presidente do Desenvolve SP, Nelson de Souza; o presidente do InvestSP, Wilson Mello; e o coordenador-executivo do Centro de Contingência da Covid-19 em São Paulo, João Gabbardo.
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