Lançado recentemente em circuito nacional, o filme “Extraordinário”, adaptação do livro homônimo da autora R. J. Palacio tem sido tema frequente não apenas no universo cinematográfico.
Em sua obra, Palacio conta a história de August, um garoto de dez anos de idade que nasceu com uma deformidade na face.
Até então educado em casa pela própria mãe, Auggie, como é chamado pela família, vê sua vida se transformar quando os pais decidem que ele passará a estudar em uma escola regular.
Ao longo de toda a história, contada sob diversos pontos de vista, não apenas o de Auggie, surgem fatos ligados diretamente aos alunos, como bullying, intolerância às diferenças e preconceito.
Já as personagens em papeis de liderança, como o diretor e o professor, nos levam a refletir sobre preceitos, valores e humanização das relações.
Se observarmos bem, os temas abordados pela autora estão presentes em quaisquer tipos e formas de interação humana, o que não exclui o mundo corporativo.
Segundo dados da última Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), realizada em 2014 pelo Ministério do Trabalho, apenas 0,77% do total de empregos formais no Brasil são ocupados por deficientes.
Em uma pesquisa recente realizada pelo instituto Center for Talent Inovation com mais de doze mil profissionais ao redor do mundo, descobriu-se, dentre outras coisas, que 61% dos LGBTs brasileiros ouvidos, escondem sua orientação sexual e identidade de gênero no trabalho.
Mas, por qual razão isto ainda acontece?
De acordo com uma pesquisa realizada pela consultoria The Boston Consulting Group (BCG), a qual contou com a participação de líderes das 14 maiores empresas do país, o Brasil está em um ponto crítico quanto a este assunto. “O progresso brasileiro continua relativamente lento e este gap aumenta com a senioridade, pois os líderes sêniores ainda têm dúvidas sobre a melhor forma de investir esforços em programas de diversidade e inclusão”, destaca a consultoria em seu estudo.
Como uma equipe pluralizada agrega valor aos resultados?
Em uma recente publicação, a McKinsey, consultoria empresarial americana, destaca que “25% das empresas que respeitam as diferenças como um pilar conseguem executar serviços de forma mais efetiva do que aquelas que não o fazem”.
Já uma pesquisa realizada pela Hay Group no Brasil com 170 empresas identificou que aproximadamente 76% dos funcionários das organizações que se preocupam com a diversidade e a inclusão reconhecem que têm espaço para expor suas ideias e inovar no trabalho, assim como estão 17% mais engajados e dispostos a ir além de suas responsabilidades.
Outro dado que chama a atenção é que nas empresas que investem na pluralização de seus times, a existência de conflitos chega a ser 50% menor que nas demais organizações.
Porém, é importante lembrarmos que, assim como ocorre em “Extraordinário”, um ambiente que abre espaço à diversidade e a inclusão, simplesmente não existe se não houver o envolvimento integral da liderança.
Por isso, é cada vez mais urgente e significativo que os líderes transmitam mensagens de forma clara, que se preocupem genuinamente com a humanização e o desenvolvimento de suas equipes, incentivando-as e reconhecendo-as.
Atitudes como estas fazem com que as pessoas tenham suas habilidades aproveitadas ao máximo, o que será determinante para que toda e qualquer empresa conquiste resultados melhores, consistentes e plurais.
Pense nisso!