Uau! Confesso que é difícil esconder o espanto cada vez que eu vejo uma nova notícia sobre alguma novidade que envolva Inteligência Artificial, a famosa IA, que aproveitei a sigla em inglês (A.I. – Artificial Intelligence), para criar a provocação deste texto.
Apresentado algumas semanas atrás em um evento como um dos grandes lançamentos da Google, a assistente pessoal agora de fato irá interagir com as pessoas e o mundo real. Precisa de uma mesa no restaurante, ou de uma hora no cabelereiro? A própria assistente (dito assim, pois, na maioria das vezes, o avatar de voz é feminino) liga para o local e negocia com a atendente sobre as opções até que seja acertado um horário ou outras questões de acordo com o solicitado por você.
Não vejo nada de errado nisso, muito pelo contrário. Veremos cada vez mais a inteligência artificial em nossas vidas. Talvez de uma maneira que a gente nem perceba. Pouca gente que entra na Internet em busca de algo tem ideia da quantidade e complexidade de algoritmos para não somente compilar, mas filtrar e apresentar resultados cada vez mais adaptados ao perfil do usuário. Tudo para entregar a resposta mais precisa no menor tempo possível. Parece que foi apenas um clique, algo simples, e é essa a sensação que está sendo buscada. É o que chamamos de “simplicidade sofisticada”.
A revolução digital nos trouxe uma outra dimensão sobre o volume de informações que temos a disposição ou pode ser gerado sobre o que o mundo hoje faz, compra, usa, busca, deseja e outra infinidade de novas probabilidades para se compreender ou entender cada vez mais sobre praticamente qualquer coisa. São os tempos da big data.
Porém, informação sem que se faça um extrato adequado, sem que se provoque as perguntas corretas, são como já diz o velho jargão, apenas um “bando de dados”. Extrair essa informação é um dos grandes desafios das empresas atualmente. E não é um problema apenas do Brasil. Faltam “mundialmente” bons analistas desse tipo de informações. Gente que consiga se debruçar no universo do analytics, cruzando indicadores antes improváveis e até mesmo impossíveis de serem corretamente mensurados, em busca de melhores respostas.
De maneira a tentar encurtar a distância entre a informação coletada e o insight que pode ser gerado, uma das mais importantes questões está justamente no avanço e da democratização da Inteligência Artificial. Uma das críticas que tenho feito atualmente é que a Inteligência Artificial ainda permanece nas mãos de algumas poucas empresas do mercado, liderados por companhias de grande porte, como, por exemplo, IBM, Google, Apple, Amazon e Microsoft.
Diferente de praticamente todos os outros tipos de soluções que já foram criadas, onde você pode facilmente encontrar uma fagulha de inovação ou uma semente de renovação dentro dos diversos ecossistemas de startups, quando falamos de inteligência artificial ainda estamos nos passos onde tudo o que precisa ser de alguma maneira “conectado” à alguma inteligência artificial já existente, ainda necessite do recurso gerado pelos grandes players do mercado.
Watson (IBM) e Sophia (o robô), ao invés de ganharem irmãos ou novos amigos, estão ganhando filhos. Está aberta a oportunidade para quem quiser fazer diferente.
*Imagem reprodução