Profit & Loss Statement (ou DRE, Demonstrativo de Resultado do Exercício). Por que ele rege o estabelecimento?
Pouco importa quantas linhas e colunas de acompanhamento tenha o do seu estabelecimento. Se compreendidas e acompanhadas por uma equipe adequada, lê-se competente ou interessada, podem te dizer tudo o que você precisa saber (passado, presente e futuro) sobre o seu resultado, operação, mão de obra, vendas, supply chain, RH, contabilidade, controladoria e até jurídico e muito mais da sua empresa.
Quem deveria olhar para isso?
Idealmente todos.
Uma nova campanha de marketing, gestão de menu-mix focada ou não em margem de contribuição, comportamento da relação TM x TC (ticket médio e transação comercial), uma nova mídia OOH (Out Of Home) contratada e seu impacto no resultado, um novo contrato de manutenção firmado com um prestador de serviços, o acompanhamento de venda hora a hora, a mudança de fornecedor trazendo ou não uma nova agenda de entregas semanais, contratação de uma nova faixa de funcionários entre sua brigada e equipe gerencial, alteração no índice de processos trabalhistas e eficácia do escritório de advocacia contratado e a agenda de treinamentos e sua relação causal com as venda. Tudo isso (e muito mais) vai mexer na sua estrutura de custos fixos e variáveis, que deveria ser regida pelo seu P&L loja a loja, canal a canal, regional, para você poder depois entender a saudabilidade do seu negócio.
Se você toma estas ações isoladas e sem uma mesma bússola alinhada para todas as áreas você está: pensando apenas:
- nas suas metas;
- nos seus KPI’s (Key Performance Indicator);
- no “trabalho que mais gosto de fazer” ou na “forma que mais gosto de trabalhar” (ex.: “sem rédeas”);
- e no seu bônus.
E não está pensando no negócio, no desenvolvimento e crescimento sustentável dele. Já tive a oportunidade de trabalhar com e atender profissionais do mercado que tinham domínio no assunto e os que não tinham a menor noção da existência disso. É bem diferente – a qualidade, facilidade, entendimento, compreensão e, claro, o resultado do trabalho.
Já fui ambos, mas, graças a Deus, tive bons professores e tutores, que me apontaram o caminho. Isso é muito raro. E sigo aprendendo, quando entro em um novo negócio, até mesmo dentro do mesmo setor. Afinal de contas, no foodservice, por exemplo, vender um hambúrguer elaborado, pronto e fresco, que vence de 15 a 20 minutos depois de pronto, é totalmente diferente de vender um suco natural congelado ou um creme de leite enlatado, com validade de 2 anos por embalagem.
Na minha trajetória, obtive os melhores resultados trabalhando junto de quem sabia que não sabia ou que sabia que sabia, mas não sabia tudo. Qualquer coisa diferente disso, está fadada ao insucesso.
João Aguirre é empreendedor e especialista em parcerias com conceitos e inovação orientada a vendas.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.
Imagem: Shutterstock