A ABF – Associação Brasileira de Franchising realizou a 2ª Edição do estudo sobre as 50 Maiores Marcas de Franquias no Brasil por unidades. A associação é uma entidade sem fins lucrativos, fundada em 1987, que representa oficialmente o sistema de franquias brasileiro. O setor registra um faturamento anual de aproximadamente R$ 160 bilhões, possui mais de 140 mil unidades e 3 mil marcas de franquias espalhadas por todo o Brasil. As franquias representam 2,4% do PIB e empregam diretamente mais de 1,2 milhão de trabalhadores. A ABF reúne atualmente mais de 1.100 associados (franqueadores, franqueados, fornecedores e consultores). Feito especificamente com as marcas associadas, o levantamento é fruto de um banco de dados implantado em 2016.
“Nesta segunda edição, podemos acompanhar o desenvolvimento das maiores redes de franquias no Brasil. Temos exemplos de redes que, inclusive, abriram mais de 100 unidades neste ano. Podemos ver também o fortalecimento de alguns segmentos ligados ao consumo como é o caso de Alimentação, Saúde, Beleza e Bem-Estar e Moda”, afirma o presidente da ABF, Altino Cristofoletti Junior.
A rede O Boticário manteve a liderança com 3.762 unidades, o segundo lugar ficou com a rede AM PM Mini Market, com 2.415 pontos de operação; a Cacau Show manteve a terceira colocação, totalizando 2.081 unidades. Entre as 10 maiores, destaque também para as redes Jet Oil, Lubrax+ e BR Mania que subiram posições em relação a 2016, com expansões expressivas em número de unidades. Levando em consideração a relação completa, as redes que apresentaram maior variação de posição foram a Acqio (ascensão de 15 posições), Dia% (9), Seguralta (7), 5àsec (7), Piticas (7), Óticas Carol (6) e Instituto Embelleze (6). Ingressaram nos grupo das 50 Maiores, as redes Casa de Bolos, SPA das Sobrancelhas e Não+Pêlo.
Em termos de segmento de atuação, o perfil das 50 Maiores segue com predominância de Alimentação (34%) e Serviços Educacionais (18%), mas, em 2017, houve o crescimento da participação do segmento de Saúde, Beleza e Bem-Estar (de 12% para 16%). “Este segmento vem apresentando desempenhos consistentes nos últimos trimestres e se mostrou aqui presente também, tanto com a manutenção da liderança do Boticário, quanto pelo ingresso de duas novas redes deste segmento no grupo das maiores”, explica o presidente da ABF.
Outro movimento detectado pelo estudo deste ano foi o crescimento de participação de pontos de venda alternativos (quiosques, trucks, contêineres, store in store, home-based, etc.) que passou de 6% para 9% – as lojas físicas predominam com 91%. A expansão de redes com grande atuação home-based, como a Acqio e a Seguralta, e quiosques, como a Piticas, também indicam este movimento. As 50 Maiores mostraram maior distribuição geográfica em relação ao mercado de franquias.
O estudo apontou que 66% das franqueadoras listadas têm mais de dez anos de atuação no mercado.
Balanço Preliminar 2017 e projeções para 2018
A pesquisa inclui também um balanço preliminar parcial do desempenho do setor de franquias em 2017 e projeções para este ano de 2018. Os sinais de melhora da economia brasileira, especialmente leve recuperação da renda e consumo, se refletiram no setor de franquias ao longo do ano passado. Os dados preliminares indicam que a receita do setor em 2017 deve crescer 8% frente ao ano anterior, saltando de R$ 151,2 bilhões para cerca de R$ 163 bilhões. A projeção para este ano de 2018 é de ampliar o faturamento entre 9% e 10%.
Já em relação aos empregos gerados no setor de franquias, a prévia sinaliza crescimento de 1%, alcançando cerca de 1 milhão e 200 mil trabalhadores diretos no setor de franquias. A projeção é que em 2018 haja um incremento de 3% no número de empregos no franchising. Quanto ao número de unidades, a ABF prevê que tenha havido uma expansão de 2% no ano passado, superando 145 mil pontos de venda. Já em 2018, a capilaridade das redes de franquias deve ser ampliada um pouco mais, em 3%. Em relação às marcas, a prévia aponta uma redução de 6% no ano passado na comparação com 2016, com cerca de 2.800 redes atuantes no mercado brasileiro. A previsão para 2018 é fechar o ano próximo à estabilidade no número de marcas.
Para Altino Cristofoletti Junior, “a baixa inflação, a queda da taxa básica de juros da economia (Selic), a melhora dos índices de confiança do consumidor e do empresariado, e a retomada do crescimento do varejo e da atividade industrial são alguns dos fatores que contribuíram para o crescimento do franchising e que nos permitem projetar um desempenho mais positivo do setor em 2018”.
Para o executivo, fora o quadro macroeconômico, o ano foi marcado por três movimentos: a progressiva diversificação de canais, modelos e localização; a interiorização do franchising; e o crescimento de franqueados multiunidade. “A busca por eficiência, novos mercados e por atrair um consumidor receoso se traduziu em muita inovação: novas estratégias de venda, de configuração de ponto comercial, aprimoramentos em produtos e parcerias das mais variadas. Neste movimento, os franqueados com mais de uma unidade tiveram o importante papel de assumir lojas em dificuldade, e as cidades do interior a função de manter viva a expansão”, completa o presidente da ABF.
Metodologia
Envolvendo o mercado como um todo, inclusive não associados, os números do desempenho do setor de franchising são apurados em pesquisa por amostragem, cruzados com levantamentos feitos por entidades representantes de setores correlatos ao sistema de franquias, órgãos de governo, instituições parceiras e de ensino. Auditados por empresa independente, os dados divulgados pela ABF são referência para órgãos governamentais de diversas esferas, entidades internacionais do franchising, como World Franchise Council (WFC), Federação Ibero-americana de Franquias (FIAF) e instituições financeiras.