O movimento de fusões e aquisições do setor de franquias tem se intensificado nos dois últimos anos tanto através de fundos de private equity quanto pelas próprias holdings do segmento. A intensa busca pelo crescimento inorgânico tem como finalidade manter as empresas competitivas, driblar as crises – que atingem os segmentos de formas e em momentos distintos – além de conquistar novos mercados.
Essa estratégia é positiva tanto para o lado do comprador quanto do vendedor, pois aquelas que estão investindo estão incrementando sua operação, alcançando mercado e consumidores que não alcançariam organicamente. Pela ótica das empresas que estão com interesse de vender sua operação é vantajoso, pois encontram uma oportunidade em se juntar a grandes grupos econômicos, ganhar eficiência, além de injetar capital na companhia que pode ser utilizado para inovação e novos projetos.
As fusões e aquisições vão continuar acontecendo, redes consolidadas vão adquirir redes menores, algumas com o objetivo de oferecer aos franqueados atuais mais uma oportunidade de negócio e ampliar o seu portfólio de ofertas para o consumidor. Outras utilizam o M&A para conquistar mercados em que não consegue penetrar devido à uma forte concorrência. Esse movimento continua ativo apesar da crise e tem motivados empresários a estruturarem seus sistemas de franquias com visão de longo prazo, com a intenção de vender participação ou o total da rede para investidores, fundos de investimentos ou outras marcas consolidadas.
O que atrai os fundos de investimento para o franchising, são as marcas que estão estruturadas em termos de mercado e resultados financeiros. Empresas que têm mostrado consistência de crescimento ao longo dos anos e que estejam ocupando mercado de forma sólida. Marcas que eles acreditam aumentar o ganho de escala com injeção de capital e, após essa transação ganhar ainda mais corpo, os fundos tem a estratégia de saída – e vendem com valor superior ao que comprara. Isso acaba sendo um investimento bastante lucrativo. Os fundos são buscadores de oportunidades, e ao verem que a economia brasileira não está indo bem e o real está desvalorizado, eles acabam aceitando assumir um pouco mais de risco pois “compram barato e vendem caro”.
As operações de fusões e aquisições continuam sendo apontadas como alternativa para grupos investidores para ampliação da carteira de negócios e obtenção de lucro em negócios com potencial ainda de expansão. É interessante para o grupo investidor, pois incrementa sua operação alcançando mercado e consumidores que não alcançariam organicamente. E as empresas que estão vendendo suas operações encontram nessa oportunidade a chance de se juntar a grandes empresas que as farão ter ganhos de escala ainda maiores, e com isso melhores resultados. Além disso, o acesso ao capital fica mais facilitado.
Outras vantagens dessa estratégia para as marcas é a facilidade na prospecção de novos franqueados – a marca ganha força e valor, portfólio mais variado – dentro de um mesmo grupo econômico o candidato encontra várias opções de investimento, redução de custos – ganha poder de negociação com fornecedores, e ganhos financeiros no geral.
Apesar dos pontos positivos, é preciso estar atento às dificuldades que essa estratégia pode trazer ao ser concretizado. Basicamente, um dos maiores problemas que envolvem o processo de M&A são as pessoas e a cultura organizacional da empresa.
Assim que o processo é concretizado, o importante é a empresa ter a consciência de que ter um processo de integração entre as empresas envolvidas é essencial.
Ter a falsa sensação de que a integração ocorre naturalmente ou que não é tão importante pode posteriormente se transformar em um grande problema, sendo um dos principais motivos pelo qual o processo de fusão e aquisição não alcança o resultado esperado.
Portanto é essencial estar atento à estratégia, diversidade de pessoas, culturas distintas e processos, e em muitos casos se faz necessária a contratação de empresas de consultoria para auxiliar essa transformação, visto que o volume de obrigações e pessoas da empresa aumenta e cada empresa detém seu “jeito de ser” e fazer. O importante é que nenhuma empresa prevaleça sua cultura e seu jeito de ser em detrimento da outra, o ideal é que uma nova cultura seja criada entre elas, a partir das principais características de cada uma.