A FriGol anunciou que Eduardo Miron deixará o cargo de CEO no fim de 2024 para retornar ao Conselho de Administração como conselheiro independente. Ele assumirá o papel de coordenador do plano estratégico e será responsável pelo relacionamento com os principais clientes no mercado chinês, explicou a empresa em comunicado oficial. A partir de janeiro de 2025, Luciano Pascon, que já liderou a companhia entre 2016 e 2020, assumirá novamente a posição de CEO.
Segundo o comunicado, a transição reflete o plano estratégico estabelecido há 3 anos, quando Miron foi convidado a liderar a empresa em uma fase de crescimento e transformação.
Durante sua gestão, o executivo implementou iniciativas para fortalecer a FriGol e ampliar sua presença de mercado. “Sua experiência e visão estratégica foram determinantes para que alcançássemos importantes metas e consolidássemos uma base sólida para o futuro.”, destacou o conselho de administração.
Com experiência no setor de frigoríficos, Pascon terá como prioridades a continuidade do plano de eficiência operacional e o aprimoramento da governança corporativa. Ele trabalhou por 13 anos na FriGol “Agradecemos ao Eduardo Miron por sua dedicação e resultados e damos as boas-vindas a Luciano Pascon nesta nova fase”, concluiu o comunicado.
2023 foi um ano desafiador para a companhia
O ano de 2023 foi bastante desafiador para FriGol. Em maio, saiu do lucro para um prejuízo de R$ 24 milhões no 2º trimestre, uma queda de 30% na comparação com o mesmo período de 2022. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou negativo em R$ 2,6 milhões, com margem de -0,4%, atingindo o break-even, ante resultado recorde de R$ 94 milhões do primeiro trimestre de 2022, quando a margem foi de 9,4%.
No 2º trimestre daquele ano, o prejuízo aumentou. A FriGol registrou lucro líquido de R$ 24 milhões, o que representa uma queda de 53% ante o lucro líquido apurado em igual período do ano passado. A receita bruta somou R$ 821 milhões, recuo de 15% na comparação anual, e o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) alcançou R$ 29 milhões, 66% inferior ao Ebitda apurado há um ano, com margem de 4%.
Expansão de mercado
Mas, no final do ano, o frigorífico demonstrou força e capacidade de recuperação. Concretizou os primeiros envios de carne bovina in natura para os mercados da Indonésia e Singapura. As remessas destinadas a esses dois países partiram da unidade localizada em Água Azul do Norte, no Pará.
Singapura e Indonésia integram o grupo de países da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), que possui uma população aproximada de 700 milhões de habitantes, revelando-se como uma área de considerável potencial para a empresa. O próximo objetivo consiste em obter as devidas autorizações para operar também nas Filipinas e na Malásia.
Com informações de Estadão Conteúdo (Leandro Silveira)
Imagem: Reprodução