Definição sobre desoneração de combustíveis deve ocorrer ainda hoje, diz Haddad

Medida Provisória isentando os preços tem validade até esta terça-feira

combustíveis Gasolina sobe 0,4% e gás de cozinha chega a R$ 135 após reajuste da Petrobras

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira, 27, que ainda terá outras reuniões ao longo do dia para decidir se o governo vai manter a desoneração dos combustíveis, já que uma Medida Provisória isentando os preços tem validade até a terça-feira. De acordo com ele, a definição ainda deve ocorrer nesta segunda.

Haddad falou com jornalistas ao chegar à Fazenda, após reunião com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto. “Assim que tiver uma decisão do presidente, nós avisamos”, disse.

Segundo o ministro, a equipe econômica ainda se reunirá com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, antes de voltar a se encontrar com Lula, o que deve ocorrer no fim da tarde desta segunda-feira.

Haddad é um defensor da reoneração dos combustíveis alegando questões fiscais, ambientais e jurídicas, mas a ala do política do governo vem defendendo a desoneração com forte pressão.

A MP editada no início do ano havia já sido uma sugestão da equipe econômica anterior liderada por Paulo Guedes. Haddad, no entanto, declinou, mas teve que voltar atrás por causa da decisão de Lula de manter o subsídio com argumentos da ala política.

Fim da isenção

Nesta terça-feira, 28, termina a isenção de PIS/Cofins para gasolina e álcool, determinada em medida provisória no início do ano.

Como o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) vem mostrando, a ala política do governo Lula defende a renovação da MP por pelo menos mais 60 dias para evitar desgastes do Executivo, ainda em fase de lua de mel de início de mandato.

Já a equipe econômica argumenta não haver espaço fiscal para a manutenção da desoneração sobre combustíveis. A prorrogação da medida custaria R$ 28,8 bilhões aos cofres públicos até o fim do ano, segundo cálculos da Fazenda.

Na sexta-feira, 24, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, escreveu no Twitter que “não somos contra taxar combustíveis, mas fazer isso agora é penalizar o consumidor, gerar mais inflação e descumprir compromisso de campanha”. “Antes de falar em retomar tributos sobre combustíveis, é preciso definir uma nova política de preços para a Petrobras. Isso será possível a partir de abril, quando o Conselho de Administração for renovado, com pessoas comprometidas com a reconstrução da empresa e de seu papel para o País”, declarou na rede social.

Com informações de Estadão Conteúdo (Antonio Temóteo e Célia Froufe).
Imagem: Shutterstock

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