Gol inicia discussões sobre plano de financiamento que sustentará reorganização

O processo de financiamento de saída envolverá o refinanciamento de um valor estimado de US$ 2,0 bilhões

Gol firma acordo de apoio ao plano de reestruturação, que prevê conversão de dívidas em ações

A Gol informou nesta segunda-feira, 27, que iniciou discussões sobre o plano de financiamento que sustentará seu Plano de Reorganização de forma independente. “O Plano de Reorganização estabelecerá os termos da reorganização da gol e sua saída bem-sucedida do Chapter 11”, segundo a companhia.

O processo de financiamento de saída envolverá o refinanciamento de um valor estimado de US$ 2,0 bilhões (acrescido de qualquer pagamento de make-whole permitido e juros de mora) relacionado a obrigações de dívida garantida no longo prazo e uma injeção de novo capital na companhia de aproximadamente US$ 1,5 bilhão por meio da emissão de novas ações.

Segundo fato relevante, os termos e condições deste significativo aumento de capital serão determinados oportunamente, em total conformidade com a legislação brasileira e o Código de Falências dos Estados Unidos.

A Gol e seus assessores pretendem conduzir um processo competitivo por meio do qual avaliarão propostas de financiamento de saída e quaisquer operações alternativas viáveis e competitivas, incluindo oportunidades apresentadas por potenciais fontes de capital próprio e de dívida.

A decisão da Gol de prosseguir com tais transações exigirá a aprovação do Tribunal de Falências dos EUA. A empresa observa que o processo competitivo mencionado começará no início de junho e deve se estender pelo menos até o final do terceiro trimestre de 2024 e, possivelmente, até o quarto trimestre de 2024.

Plano financeiro

O Plano Financeiro de cinco anos, divulgado nesta segunda-feira, 27, deve servir como base para o plano legal independente da companhia sob o Chapter 11, equivalente à recuperação judicial nos Estados Unidos.

O Plano visa um retorno, até 2026, aos níveis pré-covid de capacidade doméstica. A previsão também demonstra o compromisso da Gol em expandir sua malha, tanto nacional quanto internacionalmente, com crescimento da frota para 169 aeronaves até 2029, a fim de maximizar os lucros no longo prazo. Já no curto prazo, investe em sua frota existente.

O plano também projeta que as margens Ebitda (expressas em % da Receita Total) reduzam em 2024 (caindo para aproximadamente 23%, contra 27% em 2023) à medida que a companhia reconstrói sua capacidade de frota, recuperando-se para aproximadamente 29% em 2025, chegando a aproximadamente 30% em 2026 e para aproximadamente 34% até 2029.

“As margens Ebitda serão impulsionadas, em parte, pela implementação de um programa anual de melhoria de resultado de cerca de R$ 1 bilhão, que permitirá à Gol manter uma vantagem competitiva sobre seus pares no custo unitário”, afirma a empresa em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

O plano também prevê um aumento de capital de US$ 1,5 bilhão, que será destinado para pagar o financiamento existente de Devedor em Posse (DIP) e para adicionar liquidez incremental ao balanço da companhia aérea.

A expectativa, segundo a Gol, é de que os financiamentos adicionais da dívida garantida sejam refinanciados na saída do Chapter 11, o que deverá conduzir a uma melhoria substancial da liquidez de caixa numa base sustentável.

Com as transações de balanço contempladas no plano de 5 anos, espera-se que os níveis de liquidez atinjam aproximadamente 18% e 25% da receita de 12 meses (UDM) até o final de 2025 e 2029, e um índice de alavancagem líquida (medido como Dívida Total menos Liquidez/Ebitda) de aproximadamente 3,6 vezes, 2,9 vezes e 1,7 vez em 2025, 2026 e 2029, respectivamente.

Com informações de Estadão Conteúdo
Imagem: Shutterstock

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