Arezzo vai à bolsa captar recursos para aquisições; objetivo é captar R$ 615 milhões

Há ainda a possibilidade de uma oferta extra, que pode elevar a operação para R$ 830 milhões

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A Arezzo, empresa calçadista que entrou de maneira firme no setor de moda com a compra da Reserva e da Carol Bassi, anunciou nesta quinta-feira, 27, uma nova oferta de ações para captar recursos visando ao crescimento de seus negócios. A nova oferta subsequente de ações (follow-on) deve captar R$ 615 milhões, com a emissão de 7,5 milhões de papéis. Há ainda a possibilidade de uma oferta extra, que pode elevar a operação para R$ 830 milhões.

Conforme fato relevante da Arezzo, os bancos coordenadores da oferta são Itaú, BTG Pactual, Bank of America, XP, Santander e UBS BB. Ainda de acordo com o comunicado, esta é a primeira vez que a Arezzo vai a mercado em 11 anos, desde o IPO (oferta inicial de ações) da companhia. Na estreia, os papéis da marca valiam R$ 19; hoje, são negociados acima de R$ 80.

Os objetivos da nova oferta estão relacionados ao crescimento da empresa, tanto orgânico quanto por aquisições. Entre os investimentos previstos, diz a Arezzo, estão abertura de lojas, aumento da capacidade logística, tecnologia e capacidade fabril – neste último quesito, a empresa ainda tem presença limitada, pois atua principalmente no varejo. Aquisições também estão no radar.

‘Casa de marcas’

Relatórios de casas de análises e bancos divulgados ontem apontaram que os novos recursos vão reforçar a estratégia de crescimento da Arezzo. Para o banco Goldman Sachs, a empresa terá mais flexibilidade para perseguir sua ambição de construir uma “casa de marcas” em calçados e vestuário.

Os analistas do Citi, por sua vez, veem a Arezzo como uma das empresas mais ativas no setor em termos de crescimento inorgânico – via aquisições – e apontam que a nova oferta deve acelerar a busca de oportunidades em moda esportiva, de praia e de empresas nativas digitais, que estariam no radar da companhia para futuros negócios. Isso reforçaria os planos de ampliar o portfólio para além dos sapatos e bolsas, como aconteceu no ano passado com a compra de marcas como Carol Bassi e BAW.

Sobre operações maiores de fusão e aquisição, analistas são mais céticos a respeito de uma definição. A Arezzo fez oferta pelo controle da Hering no ano passado, mas a empresa de vestuário acabou fechando negócio com o Grupo Soma, dono da Farm e da Animale. Desde então, cresceram rumores sobre uma fusão entre Soma e Arezzo.

Segundo fontes, uma combinação de negócios desse tipo não estaria descartada, mas a negociação é considerada difícil por conta da definição do controle da empresa resultante da fusão.

Com informações de Estadão Conteúdo (Fernando Scheller, Talita Nascimento e Altamiro Silva Júnior)
Imagem: Divulgação

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