Falta de produtos nas prateleiras cresce em maio, enquanto preço do arroz dispara

Indicador de ruptura da Neogrid mostra que a indisponibilidade de itens cresceu 13,4%

Falta de produtos nas prateleiras cresce em maio, enquanto preço do arroz dispara

Falta de produtos nas prateleiras do supermercado e alta nos preços do arroz e do café foram alguns dos desafios que o consumidor brasileiro teve de lidar no mês de maio. Após um mês de estabilidade, o Índice de Ruptura da Neogrid, indicador que mede a indisponibilidade de itens nas gôndolas dos supermercados brasileiros, voltou a registrar aumento e chegou a 13,4% em maio. No período, o arroz foi o item com destaque em variação de ruptura, chegando a 9,7% nos mercados no Brasil — o mês anterior (abril) registrou índice de 7,6% de ruptura.

De todos os itens analisados, as maiores variações de ruptura entre abril e maio ocorreram com arroz (de 7,6% para 9,7%), detergente (de 7,9% para 8,8%), café (de 8,1% para 8,8%), manteiga (de 7,6% para 8,1%) e margarina (de 5,6% para 6,8%). Já o feijão manteve o mesmo índice de ruptura nas prateleiras, de 8,7%, mas chamou a atenção para o incremento de quase 20% em suas vendas em maio sobre o mês anterior.

Arroz

Com as notícias sobre a possibilidade de falta de arroz no mercado brasileiro e a consequente elevação dos preços desse item, consumidores adquiriram volumes além do fluxo habitual, nas chamadas “compras de pânico”, causadas pela possibilidade da falta do produto, em função das enchentes no Rio Grande do Sul.

“Parte da população comprou mais e estocou em casa. A atitude provocou aumento da ruptura do produto devido tanto à demanda ter crescido quanto à demora para o reabastecimento”, explica Robson Munhoz, diretor de Customer Success da Neogrid.

O Rio Grande do Sul é o maior produtor de arroz do Brasil, responsável por cerca de 70% da fabricação em maio deste ano. A importância do item e os problemas climáticos no estado justificam o aumento de 6% do preço em maio, quando o valor do quilo alcançou R$ 7,05 contra R$ 6,65 em abril, de acordo com dados da Horus, marca Neogrid.

Café

“Além do arroz, o preço do café permanece em alta em função da baixa disponibilidade do produto, que está relacionada a fatores climáticos que impactaram negativamente a safra, bem como à valorização da commodity no mercado internacional. O crescimento no custo aparece após certa estabilidade entre março e abril”, afirma Anna Fercher, head de Customer Success e Insights da Neogrid.

Na ruptura, o café segue a mesma tendência de alta registrada desde fevereiro deste ano, quando saiu de 7,4% e atingiu 8,8% em maio — é o maior valor desde janeiro de 2024.

Detergente

Outro aumento acentuado verificado em maio está no detergente, que registrou preços 4,67% maiores pelo litro. A alta partiu de R$ 4,71 em abril e chegou a R$ 4,93 em maio.

Segundo o gráfico da Neogrid, o custo para o consumidor voltou a se aproximar do patamar verificado em dezembro de 2023.

Feijão

“A redução do preço do feijão está relacionada a uma série de estratégias adotadas pelo governo, em meados de março, para empurrar o preço de alguns alimentos para baixo”, diz Fercher. Conforme a executiva, outro ponto positivo é a estabilidade no índice de ruptura para o item — o mesmo registrado em abril ao marcar 8,7%.

“Comparando com 2023, estamos em um patamar muito mais confortável. Em maio do ano passado, por exemplo, o feijão apresentou 14,4% de ruptura e, em um ano, a queda na ausência do produto nas prateleiras totalizou 39,58%”, conclui Fercher.

Imagem: Shutterstock

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