Cresce número de empresários que irão participar da Black Friday

A Black Friday está se popularizando no Brasil. Com a gradual recuperação da economia, mais empresários devem realizar promoções para a data. De acordo com pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 21% dos empresários das áreas de serviços e comércio devem participar da Black Friday deste ano, que será realizada no dia 29 de novembro. Caso se confirme a previsão, haverá um crescimento, já que em 2018, 16% dos empresários fizeram parte da data de compras.

Os empresários que irão aderir à Black Friday acreditam que a data deve ser uma oportunidade para ampliar vendas e conquistar clientes. Ainda de acordo com a mesma pesquisa, 43% dos pesquisados acreditam que as vendas do evento deste ano serão melhores do que as do ano passado, enquanto 32% falam em estabilidade. Apenas 11% projetam vendas menores.

Este resultado reflete o desempenho dos anos anteriores. Dentre os que aderiram a Black Friday em 2018, 63% obtiveram bons resultados de vendas, seja por terem vendido acima das expectativas (20%) ou obtido um resultado conforme o esperado (43%). Por outro lado, 34% dos empresários registraram vendas abaixo do projetado.

Na avaliação do presidente da CNDL, José Cesar da Costa, a Black Friday é uma data ainda recente no comércio brasileiro, mas que vem ganhando espaço. “Inspirada nos Estados Unidos, a data chegou ao Brasil com foco na venda online. Hoje, já é possível ver o varejo físico aderindo às promoções. É uma oportunidade para vender mais, comercializar estoques parados e também para o empresário avaliar tendências de compra, tornando a sua marca mais conhecida e fidelizar novos clientes”, afirmou Costa.

Considerando os empresários que vão participar da Black Friday deste ano, 57% acreditam que a data representa uma oportunidade para divulgar a loja e prospectar novos clientes, 43% veem a chance de aumentar as vendas e 25% querem desovar estoques parados.

Entre os que decidiram não participar da Black Friday deste ano, 60% não acreditam que as vendas aumentam no período. Outros 17% pensam que somente grandes marcas participam da Black Friday e, por isso, avaliam que é melhor não competir com elas.

Quanto às formas de preparação, as promoções especiais (55%) serão a principal estratégia dos empresários. Há ainda 42% que vão investir na divulgação da empresa, 23% que planejam aumentar os estoques, 16% que vão apostar na variedade de produtos e serviços ofertados e 11% que irão investir na operação das vendas pela internet, alcançando um público maior. O percentual médio de desconto deve girar em torno de 24%, um pouco menor do que os 29% da pesquisa de 2018.

Nos últimos anos, muito tem se falado sobre a possível interferência da Black Friday nas compras de Natal, a data mais lucrativa do varejo para o ano. No entanto, os empresários sondados dizem, em sua maioria, que uma data não prejudica a outra. Para 54% esse tipo de interferência não existe e para 33%, o evento até mesmo contribui para o Natal vender ainda mais. Outros 8% falam em prejuízo no Natal por conta das vendas antecipadas na Black Friday.

Para Roque Pellizzaro Junior, presidente do SPC, as compras das duas datas tem características diferentes, não havendo por isso concorrência entre as datas. “Na Black Friday é comum o consumidor aproveitar as ofertas para adquirir produtos para si ou para a casa, principalmente os de valor agregado, como smartphones, eletrônicos e eletrodomésticos. Já no Natal, prevalece a força da tradição de presentear familiares e amigos como força de demonstrar afeto e reforçar laços”, explicou o presidente.

Para atender às expectativas dos clientes, os empresários devem se preparar, com estoques adequados. “A logística para receber os clientes e entregar os produtos em tempo hábil também são pontos de atenção, assim como uma política transparente de descontos vantajosos. O consumidor que compra na Black Friday está mais experiente e sabe a quem recorrer caso se sinta enganado. Hoje existem diversos mecanismos de verificação de preço e de compartilhamento de opiniões. O empresário que não estiver preparado pode causar uma impressão negativa do consumidor, que não vai querer voltar a sua loja”, afirmou.

* Imagem reprodução

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