Confiança do consumidor recua 5,8% em São Paulo na comparação anual

A menor confiança impactou a disposição para a compra de bens duráveis, como eletrodomésticos, e reduziu a intenção de investir

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O Índice de Confiança do Consumidor Paulista (ICCP), elaborado pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (IEGV/ACSP) em parceria com a PiniOn, registrou 98 pontos em março. O resultado indica estabilidade em relação a fevereiro, mas queda de 5,8% na comparação anual. Pelo segundo mês consecutivo, o índice permanece abaixo dos 100 pontos, indicando pessimismo entre os consumidores.

No recorte por classes socioeconômicas, o índice teve leve alta entre as famílias da classe DE, redução entre aquelas da classe AB e estabilidade na classe C. A percepção sobre a situação financeira atual seguiu em queda, apesar do aumento na segurança no emprego. Houve piora nas expectativas futuras em relação à renda e ao emprego, fatores que pesaram no resultado do ICCP, que é um índice baseado em expectativas.

A menor confiança impactou a disposição para a compra de bens duráveis, como eletrodomésticos, e reduziu a intenção de investir. Já o interesse na aquisição de itens de maior valor, como carros e imóveis, manteve-se relativamente estável.

Confiança na capital paulista também recua

O Índice de Confiança do Consumidor da Cidade de São Paulo (ICCSP) atingiu 87 pontos em março, com queda de 2,2% em relação ao mês anterior e retração de 10,3% na comparação anual. O índice também segue abaixo dos 100 pontos, refletindo pessimismo entre os consumidores paulistanos.

O comportamento do ICCSP variou entre as classes sociais: a confiança aumentou entre os consumidores das classes DE, mas caiu entre os das classes AB e C. A percepção sobre a situação atual piorou, apesar da sensação de maior estabilidade no emprego. As expectativas sobre renda e emprego se deterioraram, o que levou a um menor interesse na compra de bens duráveis e itens de maior valor. Em contrapartida, houve um aumento na disposição para investir, possivelmente como medida de precaução.

“Os sinais de desaquecimento da atividade econômica, refletidos na menor geração de empregos, somados à aceleração da inflação, especialmente em produtos básicos como alimentos e bebidas, e ao alto endividamento das famílias em um cenário de juros elevados, têm levado os consumidores a agir com mais cautela na hora de comprar”, afirmou Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da ACSP.

Imagem: Shutterstock

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