O Gartner, líder mundial em pesquisa e aconselhamento para empresas, anunciou que as remessas mundiais de PCs totalizaram 68 milhões de unidades no terceiro trimestre de 2022 (3T22), uma queda de 19,5% em relação ao mesmo período de 2021.
Este é o declínio mais acentuado já registrado desde que o Gartner começou a monitorar o mercado de PCs em meados da década de 1990. O período é também o quarto trimestre consecutivo de declínio, na comparação ano a ano.
“Os resultados deste trimestre podem marcar uma desaceleração histórica para o mercado”, afirma Mikako Kitagawa, Analista e Diretor do Gartner.
“Embora as interrupções na cadeia de suprimentos tenham finalmente diminuído, o alto estoque agora se tornou um grande problema, dada a fraca demanda de computadores nos setores de consumo e negócios. As vendas de volta às aulas terminaram com resultados decepcionantes, apesar das grandes promoções e das quedas de preços. Isso se deve à falta de necessidade, pois muitos consumidores compraram novas máquinas nos últimos dois anos. Do lado dos negócios, as incertezas geopolíticas e econômicas levaram a gastos de TI mais seletivos, e os PCs não estavam no topo da lista de prioridades”, diz o analista Gartner.
Os três principais fornecedores do mercado mundial de PCs permaneceram inalterados no terceiro trimestre de 2022, com a Lenovo mantendo o primeiro lugar em remessas, atingindo 25,2% de participação de mercado.
A Lenovo ganhou participação de mercado em comparação com um ano atrás, embora as remessas tenham diminuído ano a ano. Ainda que as vendas da empresa tenham caído em todas as regiões, exceto no Canadá, o mercado de desktops da EMEA (Europa, Oriente Médio e África) registrou crescimento, impulsionado pelo início da produção na primeira fábrica interna da Lenovo na Europa, inaugurada na Hungria em junho de 2022.
A HP experimentou um trimestre desafiador com um declínio acentuado nas remessas globais. A empresa registrou crescimento em regiões específicas no mercado de desktops, mas as vendas gerais de notebooks sofreram declínios. A Dell reduziu sua diferença de participação de mercado em relação à HP, registrando um crescimento ano a ano no mercado de desktops em todas as regiões, exceto na Ásia-Pacífico. No entanto, as remessas de notebooks da Dell diminuíram em diferentes locais, excluindo o Japão.
Visão geral
O mercado de PCs dos Estados Unidos caiu 17,3% no terceiro trimestre de 2022, o que representa o quinto período consecutivo de queda nas remessas na comparação ano a ano. A desaceleração das vendas de notebooks diminuiu as vendas no mercado do país norte-americano, mas o segmento de desktops mostrou um crescimento modesto impulsionado pela demanda reprimida entre as empresas, bem como as compras do setor público.
“A inflação é a maior preocupação no mercado dos Estados Unidos, mas as empresas menores estão mostrando um relativo otimismo em relação às condições macroeconômicas”, explica Kitagawa. “Embora a demanda de notebooks entre as grandes empresas tenha diminuído acentuadamente no terceiro trimestre de 2022, as pequenas e médias não apresentaram uma queda tão acentuada”.
A Dell garantiu o primeiro lugar no mercado de PCs dos Estados Unidos com base em remessas com 26,8% de participação de mercado, enquanto a HP seguiu com 23,2% de participação.
O mercado de PCs da EMEA (Europa, Oriente Médio e África) diminuiu 26,4% no período da pesquisa, atingindo 17 milhões de unidades – a queda mais acentuada entre todas as regiões. Este é o terceiro trimestre negativo para o mercado de PCs desses países após um boom no início da pandemia.
“Vários fatores levaram a uma deterioração significativa no mercado de PCs da EMEA, incluindo condições macroeconômicas desafiadoras, declínio da demanda de negócios e consumidores e altos níveis de estoque”, comenta Kitagawa. “Além disso, muitos fornecedores fecharam as operações na Rússia nos dois primeiros trimestres deste ano, o que impactou negativamente as remessas gerais e isso é visível nas comparações”.
Excluindo o Japão, o mercado da Ásia-Pacífico caiu 16,6% ano a ano, em grande parte devido à desaceleração das remessas na China. No terceiro trimestre de 2021, a China retomou quase totalmente a vida diária normal e a atividade econômica, mas os bloqueios este ano em diferentes cidades desaceleraram as operações comerciais e levaram à diminuição da demanda de PCs nos setores governamentais, empresariais e de consumo.
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