Duas startups de mobilidade urbana irão unir seus negócios. A Yellow, que oferece alugueis de bicicletas e a Grin, que aluga patinetes elétricas anunciaram a fusão. A decisão foi tomada como estratégia para concorrer com a Uber e outras startups voltadas para o transporte.
A Yellow foi fundada por Eduardo Musa, ex-presidente da Caloi, e por ex-fundadores da 99, iniciando sua atuação pela cidade de São Paulo. A Grin surgiu no México e opera em São Paulo desde o final do ano passado, a partir da negociação com a brasileira Ride. Ambas têm apresentado bons desempenhos e rápido crescimento.
As duas companhias realizaram investimentos da ordem de US$ 70 milhões, o equivalente a R$ 260 milhões. A partir da junção será fundada uma nova empresa, chamada Grow, que será proprietárias das marcas Yellow e Grin. Com a união de forças, elas terão mais de 135 mil patinetes e bicicletas e 1.100 funcionários em sete países.
De acordo com Ariel Lambrecht, cofundador da Yellow e diretor de produtos da Grow, as empresas têm objetivos e desafios parecidos, desejando ser a principal plataforma de mobilidade na América Latina. “Não fazia sentido brigar entre a gente, se uma hora virão os concorrentes reais, a Lime [startup americana do segmento], a Uber”, afirmou.
No final do ano passado, Gui Telles, general manager da Uber no Brasil, tornou-se diretor global de operações da Jump, startup de bicicletas e patinetes elétricas da Uber, adquirida em 2018.
Lambrecht afirma que a Grow está estudando novos modelos de transporte compartilhado para serem introduzidos nas cidades em que opera. Um exemplo é que em fevereiro a empresa irá lançar o aluguel de bicicletas elétricas em São Paulo. Outras opções são skooters e carros elétricos.
O executivo acredita que oferecer diferentes tipos de transporte cria a opção de integração de várias delas em uma mesma viagem, dependendo do percurso. “As pessoas podem usar uma patinete para ir até uma bicicleta, ir com ela até o metrô e, depois, pegar um ônibus”, exemplificou.
Mas a intenção da nova empresa não é focar apenas em mobilidade. A Grow irá trabalhar para se transformar em um
Além da mobilidade, Lambrecht diz que a Grow deve buscar se tornar o que o mercado conhece como superapp, plataformas que integram ferramentas variadas. Um dos passos nesta edição já foi dado, com a criação de um sistema de pagamentos, para possibilitar que quem não possui cartão de crédito também alugue as bicicletas e patinetes. A transação é feita com uma conta digital, na qual o depósito pode ser realizado em dinheiro em loja credenciada. A Grow deseja entrar no mercado de entrega de alimentos e de informações sobre transporte público.
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