Em dois anos de operação no Brasil, o Open Finance registrou 17,3 milhões de consentimentos de clientes para o compartilhamento de seus dados pessoais e bancários entre as instituições financeiras participantes.
Essas informações são usadas para oferecer ao consumidor melhores ofertas de produtos e serviços personalizados e com melhores custos. No período também foram contabilizadas 10,8 bilhões de comunicações bem-sucedidas entre as instituições integrantes do sistema para a troca de informações.
Em levantamento recente feito pela Febraban com os bancos associados participantes do projeto, foram mapeados 45 produtos e serviços já oferecidos aos clientes, entre eles, de agregadores financeiros, para iniciação de pagamentos, soluções para ofertar melhores propostas de crédito e serviços voltados para cashbacks e tarifas.
Neste ano, o foco será implantar a fase 4, que, agora, englobará as informações relacionadas a participantes não bancários, como corretoras e seguradoras, fazendo que o escopo do projeto no Brasil se torne mais amplo do que nos casos internacionais.
A infraestrutura funciona no Brasil sob regulação do Banco Central. O sistema trabalha por meio de APIs (interfaces de programação de aplicações), que fazem a conexão entre as instituições participantes e permitem a troca de informações entre elas de uma maneira padronizada.
O cliente dá o seu consentimento para o compartilhamento de suas informações, que deverá ser usado pela instituição somente para a finalidade específica na qual foi autorizada e dentro de um período escolhido, não podendo qualquer instituição fazer o uso das informações para outra finalidade.
“O engajamento dos bancos, por intermédio da Febraban, tem sido determinante para a implantação do Open Finance no Brasil em tempo recorde de implementação e com escopo maior do que observado em outros países. Hoje contamos com 12 grupos de trabalho diferentes na Febraban que se dedicam à implementação da infraestrutura”, afirma Isaac Sidney, presidente da Febraban, que complementa: “A expectativa da Febraban com a implantação completa do Open Finance é positiva”.
Linha do tempo
O pontapé inicial da implementação da infraestrutura, inicialmente batizada como Open Banking, já que envolvia apenas participantes bancários, foi dado em 1º de fevereiro de 2021, com o compartilhamento de informações sobre seus canais de atendimento. Nesta primeira fase também entraram os dados e as características sobre os produtos e serviços oferecidos, como, por exemplo, tipos de contas, empréstimos e financiamentos que cada um dos participantes oferece ao seu cliente.
A segunda fase foi implementada de forma escalonada. Em uma primeira etapa, as instituições começaram a iniciar as trocas de informações cadastrais dos clientes, como endereço, renda e dados pessoais. E depois foi a vez da troca de informações relacionadas a contas de movimentação, seguido do intercâmbio de informações de operações de crédito e de cartões de crédito.
A terceira fase permitiu que o cliente esteja apto a iniciar pagamentos de contas e transferências bancárias fora do internet banking ou do aplicativo do banco, por meio de um aplicativo intermediário.
O trabalho realizado nos dois primeiros anos está dentro do esperado pelos bancos, dada a complexidade do projeto, que passou por ajustes em seu calendário, necessários dentro de uma infraestrutura dessa magnitude e em execuções dessa dimensão, diz Leandro Vilain, diretor executivo de Inovação, Produtos e Serviços Bancários da Febraban.
“A quantidade de produtos e serviços disponíveis já está gerando benefícios para o cliente. Estamos agora voltados à fase 4, uma etapa que traz mais complexidade porque junta outros participantes e reguladores fora do sistema bancário. Da parte dos bancos, já começamos a trabalhar nas especificações das APIs. Depois será a vez da parte de desenvolvimento e homologação, mas acreditamos que ainda neste ano já teremos casos de uso para esta fase”, avalia Vilain.
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