A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de São Paulo (Abrasel-SP) analisou os efeitos da paralisação dos entregadores de aplicativos realizada na segunda-feira (31). O impacto foi maior para estabelecimentos que operam exclusivamente com o iFood.
De acordo com levantamento da Abrasel SP junto aos associados, bares e restaurantes que dependem exclusivamente do iFood registraram queda total nas entregas via delivery durante a greve. Já aqueles que utilizam múltiplas plataformas tiveram redução estimada entre 70% e 80% no volume de pedidos, na comparação com uma segunda-feira comum.
Os estabelecimentos que contam com frota própria de entregadores observaram um crescimento nas entregas, com aumento de até 50% na demanda. A Abrasel SP avalia que a diversificação de canais pode reduzir riscos e trazer maior estabilidade para o setor.
Entenda
Entregadores de aplicativos de 59 cidades do Brasil entraram em greve nesta segunda-feira, 31, e seguem com a paralisação até terça-feira,1. O movimento busca pressionar as principais plataformas de delivery, como iFood e Uber Flash, a oferecerem melhores condições de trabalho e remuneração.
Nas redes sociais, vídeos mostram os profissionais fazendo protestos em algumas capitais: Recife, Natal, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre.
Em Brasília, a concentração acontece na Torre de TV, que fica na região central. Pelos menos 200 motociclistas são esperados pelo movimento, puxado pelo Sindimoto-DF, Instituto Duas Rodas e pela Amae, Associação dos Motofretistas e Entregadores de Aplicativos.
Os profissionais querem taxa mínima de R$ 10 por entrega, atualmente esse valor é de R$ 6,50; pagamento de R$ 2,50 por quilômetro rodado na entrega; e o pagamento integral de cada entrega, mesmo que exista mais de um pedido no mesmo trajeto. Além disso, especificamente para as entregas de bicicleta, eles pedem um limite de três quilômetros.
O presidente do Sindimoto, Luiz Carlos Galvão, diz que o objetivo é fechar um acordo coletivo de trabalho com cada empresa.
Imagem: IStock