No varejo desde novembro de 1987, com passagens pelo Carrefour e GPA, Sandro Benneli, hoje presidente da Veran Supermercados, foi um dos participantes da Live Mercado & Consumo em Alerta, que reuniu também Renata Moraes, CEO do Grupo Grupo CRM (Kopenhagen e Brasil Cacau); Jose Roberto Meister Müssnich, diretor/CEO do Atacadão. Segundo Benelli, “você pode ser mais ou menos ágil independente do seu tamanho”
Para ele, agilidade é uma questão de postura da liderança e fortalecimento da delegação e essa foi uma das primeiras iniciativas adotadas pela rede, que comunicou todos os gerentes para que eles pudessem agir da melhor maneira possível em suas lojas. “O empoderamento de equipes proporciona muita agilidade aos negócios em momentos incertos e caóticos como essa crise que estamos sendo obrigados a conviver”, disse. Depois de as vendas terem subido em março e abril, o movimento na varejista entrou em um “novo normal”. O número de clientes caiu em 25% desde março, mas cada um deles tem gastado de 25% a 30% a mais, depois que foi decretada a pandemia.
Outro bom exemplo da Veran foi a implementação do primeiro higienizador de carrinhos em um supermercado. Depois de conhecer a ideia supermercado na França, Sandro Benelli, presidente da Veran Supermercados, resolveu criar uma versão nacional do produto. “Prontamente tivemos a ideia de disponibilizar gratuitamente o projeto do “lava-rápido de carrinhos”, como chamamos, para os demais varejistas”, contou ao citar que a distribuição de marmitas e equipamentos de proteção individual também estão entre as boas práticas do supermercado.
Sobre as iniciativas digitais do grupo, Benelli comentou que a crise os ajudou a entenderem como a rede estava despreparada. Ele contou que na primeira semana alcançaram a casa de quase 400% na demanda e que tiveram problema no last mile. “No nosso planejamento o investimento em e-commerce já era previsto para 2020, mas tivemos que nos antecipar como a maioria. Na nossa região plataformas como Rappi, Uber, Supermercado Now ainda não operam muito bem se comparado com a grande São Paulo, então já deu para imaginar o tamanho do problema”, e completou. “E-commerce não é significativo do ponto de vista e volume. Mas do ponto de vista de estar perto dos cientes é imprescindível. Tem que entrar”.
Questionado sobre os incrementos nos custos da rede, o executivo revelou que uma parte será permanente, como a constante higienização das lojas. Para ele esses custos serão incorporados pela exigência do próprio cliente, mas sem dúvida o varejista irá sofrer com isso, pelo menos na retomada.
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