Considerada uma das principais datas comemorativas para o comércio, a Páscoa deste ano deve empregar 9% a mais de trabalhadores temporários do que no ano passado. Embora o cenário econômico ainda seja de retração, o período tem movimentado as vendas no varejo e a expectativa é que pelo menos 54 mil temporários sejam contratados até abril, segundo pesquisa encomendada pela Fenaserhtt e pelo Sindeprestem (federação nacional e sindicato paulista do setor) ao Centro Nacional de Modernização Empresarial (Cenam), realizada com grandes (4%), médias (52%) e pequenas (44%) empresas de trabalho temporário no Brasil.
A maioria das vagas disponibilizadas já foi preenchida (47 mil). A indústria do chocolate, que deve ser responsável por 38% dos temporários, já contratou 17 mil trabalhadores em todo o Brasil e provavelmente não fará mais contratações este ano – nesta área as contrações para a Páscoa começam em setembro do ano anterior.
O comércio deve responder por 62% dos postos temporários e até o momento já preencheu cerca de 30 mil vagas, restando ainda 7 mil oportunidades no país. A remuneração pode variar entre R$ 1.100 e R$2.179, de acordo com a função. A maior parte dos contratos (33%) deverá ter duração acima de 91 dias, enquanto 7% dos candidatos devem ser contratados para menos de 30 dias.
Vander Morales, presidente do Sindeprestem e da Fenaserhtt, está otimista. “Notamos na pesquisa que 37% das empresas especializadas em temporários para o mercado de trabalho perceberam aumento na procura por candidatos. Apenas 19% reportaram diminuição na demanda em relação a 2017”. Para ele, a reforma trabalhista é um fator positivo para o setor.
De acordo com o levantamento, as empresas de trabalho temporário apontaram crescimento no preenchimento de vagas por jovens à procura do primeiro emprego (59%) e por trabalhadores na terceira idade (41%). Para Morales, o resultado mostra que o mercado está reconhecendo esses dois potenciais. “Os jovens têm disposição para aprender e estão abertos aos desafios. Os mais velhos podem contribuir com a experiência”.
Com relação às chances de efetivação, 41% das empresas de trabalho temporário entrevistadas afirmam haver muita intenção de efetivação por parte da contratante, 52% dizem ter pouca e 7% acreditam que não deve haver efetivação.
As funções mais requisitadas pelo comércio são: repositor (27%), vendedor (20%), balconista (15%); degustador (15%) e auxiliar administrativo (11%). Já pela indústria são: auxiliar de produção (34%), promotor de vendas (26%) e estoquista (12%).
A maioria dos que buscam vagas de trabalho temporário são homens, com 67%.
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