A grade de conteúdo do Interlog Summit é uma das atrações principais da Intermodal South America 2023, com renomadas presenças nacionais e internacionais. No segundo dia de feira os palcos do evento receberam representantes de países como França, Canadá e México. Os painelistas dividiram suas experiências com os presentes, além de falarem sobre o potencial do Brasil como player internacional do mercado logístico.
O segundo dia da XXVI Conferência Nacional de Logística da Intermodal, evento com curadoria da Abralog e que compõe o Interlog Summit, começou com o Encontro Brasil França, com a temática ‘Compartilhando as Tendências e Práticas no Setor da Logística’. O mediador do painel, Pedro Moreira, presidente da Abralog explicou que, durante a pandemia, a entidade e a associação francesa Afilog estreitaram as relações e assinaram um termo de cooperação para a troca de informações de formas diversas, como palestras, webinars, participações em eventos como a Intermodal, além da troca das boas práticas.
Para Claude Samson, presidente da Afilog, entidade de 22 anos e que reúne mais de 95% da logística local para aproximar as políticas públicas das dinâmicas de mercado, a logística é o ‘sistema sanguíneo’ da economia em qualquer país. “Em função da própria pandemia, o governo Macron passou a dar atenção à logística como nunca, porém há sempre a necessidade de envolver a municipalidade nesses assuntos para avançarmos”, comentou.
Diana Diziain, diretora executiva da Afilog explicou que os desafios dos entrepostos na França hoje estão entre a restrição ao consumo de terrenos por causa da agricultura e do impacto ambiental. “Inclusive por causa do fluxo de caminhões em áreas de entrepostos, a questão ambiental fala alto”, disse.
Ricardo Antoneli, SVP Desenvolvimento de Negócios e Investimentos da GLP Brasil, complementou o comentário, lembrando que muitas vezes a questão ambiental retarda processos. “Uma licença, às vezes gera atrasos em novas obras, o que atrasa o desenvolvimento como um todo”, disse.
Tecnologia em destaque na Intermodal
No segundo dia de palestras da primeira edição do Congresso Intermodal, a tecnologia teve espaço de destaque. Um painel mediado por Paulo Costa, CEO do Cubo Itaú, trouxe cases e experiências de sucesso sobre o papel da tecnologia no desenvolvimento da indústria marítima e portuária nacional.
“Temos capacidade tecnológica para influenciar o mundo, só precisamos de apoio e segurança regulatória”, destacou Vinicius Patel, COO do Porto do Açu. De acordo com Patel, a colaboração das autoridades e a união setorial é imprescindível para a implantação de inovações no segmento. Ele ressalta ainda que essa é uma forma de reduzir amplos custos no setor, como o Custo Brasil.
A aplicação de políticas de ESG aliada à tecnologia foi um ponto de consenso entre os palestrantes. “Não tem como falar em inovação sem falarmos em ESG. A Hidrovias do Brasil já nasceu com essa veia e queremos investir cada vez mais. Hoje, nossa empresa recebeu o primeiro barco elétrico da companhia, uma conquista muito importante”, disse Mariana Yoshioka, diretora de engenharia e inovação da Hidrovias do Brasil. Yoshioka lembrou ainda que o Brasil explora apenas 30% do seu potencial de hidrovias, um modal eficiente, ecológico e com potencial de competitividade, uma vez que emite ⅓ do total de carbono emitido em outros modelos. A empresa apresentou na Intermodal algumas soluções em curso, como o uso de inteligência artificial para aprimoramento de rotas, economia de combustível, segurança e monitoramento.
Também participaram do painel Guilherme Rosetti, sócio-fundador da Argonáutica e Eduardo Valença, diretor de transformação digital da Wilson Sons.
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