Antes da pandemia, o receio de efetuar compras pela internet era uma realidade entre muitas pessoas. O que ninguém contava era que algum tempo depois uma pandemia iria ser declarada confinando todos em suas casas, o que naturalmente acelerou e quebrou o estigma de comprar on-line.
Segundo a Retail 2020, pesquisa realizada pela Wirecard em conjunto com a VansonBourne, com quase cinco mil entrevistados dos sete principais mercados do mundo, como Estados Unidos, China, Brasil, Reino Unido, Alemanha, Singapura e Emirados Árabes Unidos. A multinacional de pagamentos resolveu analisar a percepção dos consumidores destes locais sobre as tendências e as novas tecnologias que envolvem o varejo.
Self-checkout, reconhecimento de voz e facial, biometria, realidade virtual e smart mirrors, nas telas digitais e lojas físicas foram os assuntos abordados nas entrevistas. Jörn Leogrande, VP executivo da Wirecard Labs, afirma que o varejo daqui cinco anos estará tão mudado que não se compara nem a todas as mudanças recorrentes dos últimos 50 anos, e hoje, essa mudança já pode ser podem ser vistas, principalmente nos meios de pagamentos. Em cerca de 47% dos entrevistados afirmam já utilizar carteiras digitais, e 81% afirmam que as utilizariam sem problemas para realizar grandes compras.
“A realidade das pessoas vem sendo transformada muito rapidamente, e a crise da Covid-19, com o fechamento do comércio físico tradicional, pode ter impulsionado ainda mais essas mudanças. O consumidor em todo o mundo vai se abrindo mais à inovação e, acima de tudo, confiando nas tecnologias como algo seguro”, analisa João Pedro Tonini, VP de produtos e tecnologia da Wirecard Brasil.
Ainda é possível identificar que os brasileiros e chineses são os consumidores mais abertos para inovações deste tipo, já os europeus costumam ser ainda muito mais conservadores à ideia. A pesquisa aponta que, no Brasil, 24% dos entrevistados confiam nos mais nos provedores de pagamento do que em bancos tradicionais ou em outras organizações próximas. Já na Alemanha, somente uma pequena parcela correspondente a 12% demonstram essa confiança em pagamentos digitais.
“O Brasil, por ter um sistema financeiro historicamente burocrático e muitas vezes excludente, tende a ser um ambiente favorável à inovação. O consumidor acaba sendo atraído por alternativas que simplifiquem a sua vida e reduzam custos e burocracias”, analisa Tonini.
Além disso, o brasileiro ainda demonstra interesse em utilizar e inovar nas tecnologias que envolvam meios de pagamentos, por exemplo, com o reconhecimento facial e nas criptomoedas, alcançando um percentual de 57% e 63%, respectivamente. E até 85% pensa em utilizar da realidade virtual para aproveitar e provar roupas e calçadas durante uma compra.
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