Varejo sob pressão: 6 pontos críticos para encarar 2025 sem tropeçar

Vendas em maio devem subir até 10%

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Mapeamento feito pela Seed Digital – hub de soluções digitais para performances no varejo físico – identifica os seis pontos de atenção para os varejistas no segundo semestre de 2025, em especial diante de um cenário macroeconômico que combina juro recorde (14,75%, maior patamar desde 2006), volta do IOF e inflação quase no dobro da meta (que é de 3%, mas IPCA está em 5,53% no acumulado em 12 meses até abril). O primeiro ponto de alerta, aliás, é a própria inflação. Na sequência vêm as bets, inteligência artificial (IA), experiências no PDV, estratégias de marketing e gestão. Para a Seed, olhar essas frentes será decisivo para os varejistas atravessarem o ano.

O tema inflação, como não poderia deixar de ser, é sempre o primeiro a se olhar. Com IPCA acima da meta, é inevitável o aumento da taxa Selic. Isso tudo faz o crédito se tornar mais caro e menos acessível. Uma velha ciranda bem conhecida de todo brasileiro. No varejo, segundo o relatório Índice de Intenção de Compra do Varejo (IICV-Seed), de abril, inflação elevada dificulta principalmente “a venda de produtos de maior valor, como móveis e eletrodomésticos”. A isso se soma o problema com as bets. O IICV-Seed cita dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC) afirmando que o setor varejista perdeu R$ 103 bilhões em 2024, dinheiro que teria saído das compras para a jogatina digital. “Apostas online levaram 1,8 milhão de brasileiros para a inadimplência.”

Os dois pontos anteriores (inflação fora de controle e dinheiro migrando para as bets) são de origem macroeconômica e estrutural e sobre os quais os lojistas pouco têm a fazer para corrigir. Cabem somente atitudes paliativas e de precaução. Já os pontos a seguir estão sob decisão de cada varejista. O primeiro e igualmente inevitável é falar de Inteligência Artificial. Para a Seed Digital, “agentes de IA devem se consolidar como protagonistas no varejo, com as vendas influenciadas digitalmente ultrapassando 60%”. E esse número tende a crescer à medida que a IA personaliza as recomendações.

Relação cada vez mais customizada entre marcas e clientes leva a uma exigência maior para as experiencias no PDV, o quarto ponto citado pela Seed Digital. Segundo a empresa, é preciso ser ágil naquilo que não é valorizado na jornada de compra, “como a hora de pagar”, e ao mesmo tempo oferecer boas soluções no que tem valor percebido pelo consumidor, como experiencias imersivas, “uma realidade que o online não consegue reproduzir”. Os dois temas finais são revisar as estratégias de marketing – porque “cada geração exigirá abordagem mais refinada, que reconheça suas diversas preferências e valores” – e a gestão dos KPIs (indicadores de performance) – “os pontos de contato do varejo aumentaram e obrigam a aprimorar a gestão” para melhor controle dessas variáveis.

O IICV-Seed também faz projeções para o fechamento das vendas de maio e estima alta que pode chegar a 10%, em especial por causa do Dia das Mães. Em abril, houve queda (-0,43%), retração que só não foi maior pela performance dos segmentos de Maquiagem, Perfumaria e Cosméticos (+13,9%) e Construção, Decoração e Artigos para o Lar (+7,6%), na comparação com abril de 2024. Segundo Sidnei Raulino, CEO da Seed Digital, dados de segmentos em alta pedem que o varejista amplie a oferta de produtos nas lojas, assim como invista em ações promocionais. “O crescimento na intenção de consumo desses itens sugere demanda aquecida”, disse. Na ponta oposto, o pior desempenho foi em Artigos Infantis (-20,4%). Segundo a Seed, a queda pode estar relacionada a um “ajuste de consumo após picos sazonais anteriores”.

Com informações de DCNews
Imagem: Envato

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