Os fortes ganhos da LVMH no primeiro semestre de 2019, impulsionados pelo grande crescimento de marcas líderes como Louis Vuitton e Dior, estão levando a empresa a ser mais aventureira.
Os lucros da companhia tiveram um aumento de 15% na receita total no segundo trimestre de 2019, atingindo cerca de US$ 14 bilhões, com o maior crescimento veio do setor de moda e artigos de couro, que saltou 20%. A LVMH atribuiu isso ao sucesso dos novos designers Virgil Abloh na Louis Vuitton e Kim Jones na Christian Dior, especificamente chamando a criatividade e inovação do lado da Louis Vuitton.
A Ásia foi uma área particularmente frutífera para a LVMH, com a região representando um terço da receita total da empresa, superando todas as outras partes do mundo em pelo menos 10%.
Esse sucesso levou a LVMH a fazer algumas jogadas mais arriscadas nos últimos meses, como aumentar seus gastos com marketing em todas as suas marcas. As despesas da área aumentaram 15% ano a ano e foram destinadas principalmente ao desenvolvimento de lojas de varejo e à publicidade, incluindo campanhas de três bolsas da Louis Vuitton lançadas ao longo do ano, disse a LVMH.
A confiança que esse crescimento deu à LVMH também se manifestou com o anúncio de que a empresa estava adquirindo uma participação minoritária na marca recém-independente Stella McCartney (anteriormente de propriedade da Kering), além de trazer McCartney como conselheira de sustentabilidade da empresa. Embora ainda seja muito cedo para a parceria de Stella McCartney ser quantificada de alguma forma, a LVMH chamou a atenção como um dos destaques do primeiro trimestre e expressou confiança na parceria daqui para frente.
“Em um movimento estratégico para se alinhar com a LVMH, McCartney está provando que as alianças duram apenas enquanto a marca tiver controle de crescimento e direção”, disse Syama Meagher, estrategista-chefe de varejo da Scaling Retail. “A LVMH tem infraestrutura para apoiar McCartney, mas, mais importante, isso dará a ela a margem para desenvolver ainda mais sua visão.”
Notavelmente, esse novo senso de ousadia não se estendeu à expansão do varejo da marca. Nos seis meses entre junho e dezembro de 2018, a LVMH abriu cerca de 200 novas lojas em todo o mundo. Nos seis meses de dezembro de 2018 a junho de 2019, a empresa abriu menos de 100. Em contraste, a Capri Holdings, o nascente grupo de luxo que antes era conhecido como Michael Kors, vem adotando a estratégia oposta para tentar competir com a LVMH, abrindo agressivamente novas lojas ao redor do mundo, com o objetivo final de ter 300 lojas Versace abertas até 2022. A Richemont, outra concorrente, está focada no e-commerce, onde registrou crescimento de dois dígitos nas vendas de seus mais recentes lucros.
Fonte: Glossy
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