A empresa de benefícios de alimentação VR informou que está “colaborando com o Cade e compartilhando todas as informações solicitadas” após o órgão instaurar um procedimento preparatório para investigar se Ticket, VR, Alelo e Pluxee oferecem vantagens indevidas na hora de fechar contratos com empresas, o chamado “rebate”.
Em nota, a empresa disse ainda que as informações compartilhadas com o Cade “reforçam nosso compromisso com a legislação vigente e atuação alinhada com a regulação setorial”.
Disputa histórica
Quase cinquenta anos após a criação do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), o mercado de benefícios passa hoje por um de seus momentos mais estressados com os conflitos entre as novas empresas e as chamadas “ticketeiras”. De um lado, estão nomes conhecidos pela geração Z, como iFood, Swile, Flash e Caju. Do outro, as tradicionais Ticket, VR, Alelo e Pluxee (antiga Sodexo).
No último mês, as disputas ganharam novos capítulos tanto na Justiça quanto no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), enquanto o mercado espera que o governo regulamente um decreto de 2021 que prometeu mais flexibilidade ao setor.
O Cade instaurou, há cerca de um mês, um procedimento preparatório para investigar se Ticket, VR, Alelo e Pluxee praticam o chamado “rebate”. A denúncia foi apresentada por Swile e Caju, que acusam as tradicionais de fecharem contratos com os departamentos de Recursos Humanos das empresas oferecendo vantagens indevidas.
A prática foi chamada de “rebate” porque o custeio para essas vantagens viria das taxas abusivas que as ticketeiras cobram dos restaurantes credenciados. Quando um estabelecimento aceita passar o vale-refeição, ele é obrigado a pagar um porcentual como se estivesse operando um cartão de crédito normal.
Com informações de Estadão Conteúdo (Carolina Maingué Pires).
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