O presidente da França, Emmanuel Macron, disse nesta quarta-feira, 2, que não pode apoiar a proposta de acordo do Mercosul com a União Europeia, porque seria prejudicial para a produção interna francesa, sobretudo a agricultura e a indústria local.
“Os Estados Unidos e a China tomam medidas para proteger sua economia interna, nós estamos fazendo a mesma coisa”, disse ele, durante um painel da Berlin Global Dialogue mediado pela Bloomberg.
De acordo com o presidente do país europeu, a prioridade número um de seu governo é impulsionar a atividade, e um acordo com o Mercosul prejudicaria as metas de crescimento da França.
O tratado foi assinado pelos blocos em 28 de junho de 2019, mas ainda necessita ser ratificado. Ele esteve próximo de um desfecho em 2023, mas encontrou resistência por parte do presidente Macron, que alegou riscos de uma invasão de alimentos exportados pelos países sul-americanos para a Europa. Nos últimos meses, produtores rurais de ao menos sete países (Alemanha, Bélgica, França, Grécia, Itália, Romênia e Polônia) fizeram protestos contra acordos de livre comércio com países fora do bloco.
Já o presidente Lula afirmou nesta segunda-feira, 30, que espera concluir ainda este ano as negociações do acordo comercial.
“E quero dizer para os companheiros empresários mexicanos: ainda esse ano, se Deus quiser, nós vamos fechar o acordo Mercosul e União Europeia. Está pronto. E o Brasil está pronto para assinar esse acordo”, disse Lula.
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