A greve forçada no último dia 28 de Abril acabou sobrando para os pneus, queimados em profusão pelo Brasil afora na tática de tumultuar a vida de quem queria se deslocar e trabalhar. E como ficou claro ao longo do dia que fracassara em sua proposta de mobilizar o país, descambou para a violência, intimidação, destruição e vandalismo. Enredo já conhecido de outros carnavais.
O investimento feito em mídia para anunciar o movimento e convocar correligionários e descontentes, usando dinheiro e recursos dos sindicatos, centrais e confederações de empregados, recebidos graciosamente por meio das contribuições sindicais obrigatórias, foram os mais expressivos dos últimos anos na tentativa de criar um fato novo que tentasse reverter o encaminhamento previsto para as inevitáveis propostas de reformas, especialmente a Trabalhista e Previdenciária.
E apesar de tudo isso, de todo investimento publicitário, de todo o planejamento meticuloso nas ações de guerrilhas desencadeadas, na organização de piquetes e bloqueios, na mobilização de milhares de militantes pagos para tumultuar, o que se viu foi um evidente fiasco, pois o país privado e formal trabalhou e produziu enquanto os párias e assalariados sindicais vociferavam contra tudo e contra todos.
Assim tem sido. Um Brasil formal, privado e ético luta para continuar desenvolvendo o país, enquanto uma parcela acostumada a viver do dinheiro fácil das contribuições e subsídios conjugado com a informalidade e a corrupção conspira tentando nos afastar da modernidade e da maturidade social e política.
Em seu momento de maior ascendência nos últimos anos, quando esteve à frente do governo, os representantes dessa corrente de pensamento causaram um dano irreparável ao Brasil, nos afastando do caminho da modernização e maturidade política e social com um discurso sectário e gerando o maior índice de desemprego que já vivemos na nossa história.
E o mal não foi só esse.
Nunca antes na história desse país tivemos retrocesso econômico tão forte, tanta corrupção, tanto empreguismo político, tanto desemprego, tanta desconfiança do consumidor e dos setores empresariais, tanta malversação de dinheiro público, tanto retrocesso em nosso posicionamento global e tanta omissão no cenário financeiro e político no Mundo.
É de fato um conjunto de recordes memoráveis. Haja competência ou incompetência para alcançá-los todos juntos num período relativamente curto de tempo.
Os mesmos que viabilizaram esse conjunto memorável de estragos articulam greves forçadas, como a da última sexta-feira, para mostrarem oposição às reformas que podem evitar que tudo isso continue a acontecer. Ou pelo menos minimizar parte de suas consequências.
Jamais podemos ignorar que isso só foi possível porque parte das elites econômicas, financeiras e empresariais, de forma deliberada ou por simples omissão, ou mesmo cegueira, delegaram a condução dos grandes temas nacionais para os políticos de sempre, aliados com as lideranças sindicais, resultando no maior desastre econômico já vivido pelo país.
É preciso avançar com as reformas e isso será feito com a pressão da Sociedade e pela articulação dos setores empresariais que não podem se ausentar nesse momento decisivo para o país.
Cada empresário e cidadão com mínimo bom senso, se efetivamente deseja um país melhor, mais ético, mais justo e competitivo globalmente, tem que se fazer presente, atuante e decisivo neste momento.
Acuar perante as minorias vociferantes, se acomodando como parte da maioria silenciosa, é certeza da continuidade do descalabro do passado.
Não basta não aceitar. É preciso se manifestar e, acima de tudo, atuar para permitir que viremos definitivamente essa página.