O comportamento das pessoas foi totalmente alterado pela tecnologia e as interações entre pessoas e as instituições. Entre elas o varejo precisava de uma ferramenta mais dinâmica para suprir as dificuldades de uso e horários do dia para as transações e conciliação e prazo de recebimento na outra ponta, com isso – no contexto amplo de uma revolução digital -, segundo Carlos Eduardo Brandt , chefe Adjunto do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do Banco Central do Brasil, nasceu o PIX.
O executivo foi um dos participantes da edição sobre meios de pagamento promovida pelo Mercado & Consumo nesta quarta-feira (3), que reuniu também Marcelo Azevedo, CFO do Grupo Boticário; Gueitiro Matsuo Genso, CEO do PicPay; e Breno Lobo, chefe de subunidade doDepartamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do Banco Central do Brasil.
Segundo os dois executivos do Banco Central, o PIX permitirá transferências e pagamentos entre pessoas, empresas e governo, a qualquer hora do dia, inclusive nos fins de semana e em feriados, com recebimento em poucos segundos, de forma segura e prática, a partir da leitura de um QR Code ou apenas informando o e-mail, número de celular ou CPF/CNPJ. “O PIX foi inserido numa agenda prioritária no BC. Ele é instantâneo, fácil, seguro, foco no cliente e para toda sociedade”, explicou o chefe Adjunto do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do Banco Central do Brasil.
Para as redes varejistas, o ganho está na rapidez e facilidade de realizar os pagamentos. Isso abrirá um leque de criatividade para o setor estimular as transações financeiras instantâneas, seja com promoções ou vantagens via carteiras digitais.
Na prática o PIX é similar à TED e ao DOC, transferência eletrônica de dinheiro, porém o PIX será efetivado em tempo real e estará disponível 24 horas por dia, sete dias por semana, inclusive aos domingos e feriados. O pagamento será por meio de um QR Code via celular, como se fosse um pagamento no débito, mas com um estimulo: a taxa próxima a zero. Não só as redes varejistas, mas todos os mercados ganham com a nova modalidade. O próprio Bacen terá um ganho exponencial com a eliminação de gastos logísticos, segurança e com a produção do dinheiro em espécie.
Além de dinamizar o sistema de pagamentos, o Bacen busca com o PIX aprimorar velocidade, disponibilidade 24/7, multiplicidade de casos de uso, conveniência para efetuar e receber o pagamento, informações agregadas, ambiente aberto para a adesão e a segurança irão diminuir a fricção, fraudes e problemas sociais que outros meios de pagamento podem causar. “O PIX é um meio de facilitar a vida de todos (pagadores e recebedores), viabilizar novos modelos de negócios, reduzir custos e contribuir para eletronização dos pagamentos e inclusão financeira. Ele oferece um universo de possibilidades que estará, a partir, de novembro a disposição”, contou Brandt.
Questionado sobre a concorrência com as maquininhas de cartão, Carlos Eduardo Brandt foi enfático em dizer que não haverá. “Estamos olhando sob a ótica de oferecer mais uma alternativa para os consumidores”, disse.
Confira o cronograma do novo sistema:
– 1º de junho [já realizada]: data limite para instituições solicitarem adesão ao PIX e participarem desde o lançamento (haverá nova oportunidade a partir de 1º de dezembro).
– 1º de junho a 16 de outubro: etapa homologatória e conclusão da etapa cadastral (documentos e informações devem ser encaminhados ao Departamento de Competição e Estrutura do Mercado pelo Protocolo Digital do BC)
– Junho: Divulgação dos regulamentos das plataformas operacionais (SPI e DICT)
– Julho: Divulgação do regulamento do PIX e manuais técnicos
– Novembro: lançamento do PIX para o público 3 de novembro com soft opening e a partir 16 de novembro para todos)
* Imagem reprodução