A chegada de marcas estrangeiras famosas como a GAP e, mais recentemente, a Forever 21 ao Brasil evidencia a grande capacidade e qualidade das empresas fornecedoras do varejo brasileiro, seja do segmento de engenharia, decoração, segurança, visual merchandising e iluminação.
Atualmente, temos até uma entidade que representa as empresas deste setor, a Abiesv (Associação Brasileira da Indústria de Equipamentos e Serviços para o Varejo).
Não basta as marcas chegarem por aqui. É preciso haver empresas que possam fornecer produtos e serviços com a mesma qualidade de seus países de origem. E isto envolve o ambiente de venda, matéria-prima, tecnologia e pessoal de vendas.
Tempos atrás, varejistas estrangeiros também tentaram entrar no país, mas se depararam com uma complexidade acima do que esperavam, como logística, taxa tributária, juros altos, crédito limitado e mercado restrito. O resultado foi que muitos deles foram embora.
Já neste ciclo atual, as empresas estrangeiras que passaram pelo processo de seleção natural do mercado brasileiro estão cravando raízes definitivas principalmente nos setores de confecção, cosméticos, tecnologia e alimentação. No entanto, há ainda muito para avançar em termo de burocracia e de questão tributária.
Hoje, temos uma das mais altas rentabilidades por metro quadrado do mundo no varejo, o que tem encantando os varejistas estrangeiros. Além, é claro, de um mercado consumidor que agregou mais de 40 milhões de pessoas na classe média, na última década. Não apenas estamos recebendo varejistas estrangeiros, mas empresas fornecedoras também estão se internacionalizando e buscando novos mercados. Exemplo disso foi a presença de empresas brasileiras como expositoras pela primeira vez na maior feira do varejo mundial, a Euroshop, em fevereiro último.
O ambiente é propício: vivemos atualmente o que chamamos de democratização do consumo. Os europeus e americanos querem conhecer mais sobre a verdadeira explosão criativa dos projetos brasileiros de lojas de varejo
Hoje, o varejo brasileiro já formou uma identidade própria, com soluções diferenciadas. Há, é claro, ainda vários desafios a serem vencidos como a logística, a questão tributária, os juros altos, a burocracia. Mas a diferença é que agora o mundo quer saber o que estamos fazendo para obter uma das maiores rentabilidades por metro quadrado do mundo para conquistar outros mercados mundiais.
por Júlio Takano (julio.takano@ktarq.com.br), arquiteto, fundador da Kawahara | Takano Soluções para Varejo, especializado na formatação de conceitos para varejo de grandes formatos.