As recentes consolidações do setor de shoppings e as demandas de eficiência e de adaptação ao novo normal do período pós-covid resultaram num cenário desafiador na gestão destes empreendimentos. A profissionalização cada vez maior do setor é um caminho sem volta.
Segundo dados da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), o País possui hoje 628 shoppings espalhados por todas as suas regiões, dos quais cerca de um terço pertencem a grandes companhias especializadas. Os outros dois terços são shoppings independentes. Nestes últimos casos, os desafios de mercado podem ser ainda maiores.
Neste cenário, as administradoras independentes ganham relevância, mostrando-se eficazes para empreendimentos fora das grandes corporações.
O executivo André Ryfer, sócio-diretor da administradora independente Soul Malls, conversou com a Mercado&Consumo sobre o tema. Ryfer atua no ramo há 27 anos, prestando serviços para companhias de diversos portes, de grupos familiares a grandes fundos imobiliários.
M&C: Quais foram as principais transformações ocorridas no seguimento de shoppings no Brasil ao longo dos últimos anos?
André Ryfer: A primeira é a revolução digital, que tem trazido novas ferramentas de comunicação e acesso a produtos e serviços e impactado os hábitos de consumo dos clientes, suas formas de se relacionar entre si e com empresas e marcas. Em segundo lugar, está o aumento do número de shoppings, ao mesmo tempo em que enfrentamos um cenário econômico adverso entre 2015 e 2018 e, na sequência, a covid-19, o que criou um ambiente ainda mais competitivo. Por último, destaco a evolução dos padrões de gestão e governança corporativa exigidos pelo mercado, que impôs aos shoppings uma nova postura de administração.
M&C: Quais são os fatores que influenciam no sucesso dos shoppings?
André Ryfer: Sempre dissemos que o principal fator de sucesso de um shopping é sua localização. Isso ainda é verdade, mas apenas a localização não é suficiente para garantir o sucesso. Três fatores são fundamentais: criar uma proposta de valor única para o shopping, que o destaque da concorrência; aplicar metodologia de gestão profissional com foco em eficiência e qualidade; e criar relações de confiança com lojistas e fornecedores em prol da estratégia e valorização do empreendimento.
M&C: Neste cenário, quais shoppings têm vantagens?
André Ryfer: Quando se fala em gestão, têm vantagem aqueles com administração profissional e atualizada com as novas demandas. O desafio é montar uma estrutura que concentre todas as áreas de atuação especializada para esse tipo de gestão: operações, jurídico, backoffice, marketing, planejamento, TI, entre outras, e que se consiga acompanhar e aplicar a modernização das melhores práticas de gestão. Esta é a dinâmica que buscamos aplicar nos shoppings administrados pela Soul Malls.
M&C: Qual o papel das administradoras independentes neste cenário?
André Ryfer: Quando fundamos a Soul Malls, eu e meus três sócios vimos a oportunidade de criar uma administradora com estrutura de gestão com profissionais de primeira linha – muitos deles oriundos das maiores empresas do Brasil – que pudesse atender a shoppings independentes. Focamos numa proposta de valor que oferece uma atuação individualizada para cada ativo com uma estrutura completa de áreas e com aplicação intensiva de processos e metodologia especializadas de gestão. Este é o papel de uma administradora independente: levar a qualquer shopping a possibilidade de ter acesso às melhores práticas de gestão e relevância mercadológica.
Com informações de Mercado&Consumo Media Labs.
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