Identidade, laços afetivos, bem-estar, crescimento e comunidade. Esses são os valores que conectam consumidores de diferentes gerações às marcas que fazem parte do seu dia a dia. O Boticário, Nestlé, Natura, Nike e Samsung destacam-se como referências nesses pilares, respectivamente. É o que revela o estudo “O Fim das Gerações”, realizado pelas consultorias TroianoBranding e Dezon, que questiona a prática de segmentar consumidores com base apenas em recortes geracionais.
Para descobrir fatores que aproximam e distanciam os grupos geracionais, o levantamento ouviu mil pessoas pertencentes às gerações identificadas como baby boomers (nascidos entre 1946 e 1964); X (1965 a 1980); Y, ou millennials (1981 a 1996) e Z (1997 a 2010).
O levantamento destaca que, mais do que as diferenças entre as faixas etárias, são os pontos de convergência que realmente definem o comportamento de consumo. Não por acaso, marcas que têm valores atemporais como pilares são as mais lembradas pelos consumidores .
“Há muito mais pontos de encontro entre gerações do que de desencontros, por mais que análises superficiais aparentem o contrário. Vivemos na era da fluidez. As gerações, no entanto, nos colocam em caixinhas que vão na contramão dessa realidade”, afirma Cecília Troiano, CEO da TroianoBranding.
Segundo o estudo, todas as pessoas buscam se conectar a marcas que reforçam os valores estruturantes, não importa a qual geração pertençam. E, de acordo com as respostas dos participantes, cinco marcas são as mais associadas a cada um deles:
- O Boticário – reforça identidade;
- Nestlé – reforça laços afetivos;
- Nike – reforça crescimento;
- Samsung – reforça comunidade.
Além de detectar mais pontos em comum do que disparidades entre os grupos geracionais, a pesquisa aponta caminhos para que as empresas possam estar à frente dos concorrentes e mercados.
Fatores como identidade, relações afetivas, preocupações com o planeta e a saúde ganham mais relevância na ótica do marketing de estilo de vida, algo que deveria estar no radar das marcas. “Isso conversa muito mais com nossas identidades contemporâneas do que os modelos antigos que enfatizam um recorte de idade”, explica Iza Dezon, CEO da consultoria Dezon.
Com base nessa conclusão, Iza destaca que não se pautar por marcadores de idade seria uma decisão estratégica de inclusão a ser levada em conta pelos profissionais de RH, desenvolvimento de produto, marketing e comunicação.
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