Famílias das classes C e D começaram a comprar pela internet na pandemia

Pesquisa aponta que 85,1% utilizaram o celular e 14,9% o computador para realizar suas compras

Com as restrições de circulação para barrar a disseminação da covid-19, as famílias de classes C e D iniciaram ou aumentaram o hábito de comprar pela internet. Segundo a 2ª Pesquisa Go2Mob/FirstCom Pós-Vacina Covid-19, com 4.520 brasileiros, 34,1% dos entrevistados fizeram compras digitais em 2021.

Dentro deste grupo, 85,1% disseram utilizar o celular e 14,9% o computador para realizar suas compras. Mesmo após o fim da pandemia, 81,8% pretendem continuar comprando online.

No ranking dos produtos mais comprados pela internet foram citados alimentos (18,5%), roupas (11,4%), medicamentos (8,7%), produtos de higiene e limpeza (7,9%), cosméticos (6,5%), eletrônicos (7,2%), celular (5,7%) e eletrodomésticos (4,3%).

O trabalho confirmou o otimismo do brasileiro: 68,6% dos entrevistados acreditam que a economia vai melhorar com a vacinação e o fim da pandemia. Para 27% dos participantes a situação não deve melhorar, nem piorar. Apenas 4,4% imaginam que vai piorar.

Por outro lado, a pesquisa mostrou dados preocupantes, como a tendência crescente entre jovens das classes C e D de desistir dos estudos ante a necessidade de ajudar com as despesas de casa. Entre os participantes, 42,9% disseram que seus filhos pararam ou pretendem parar de estudar, contra 31% na primeira edição da pesquisa, de março de 2021.

“Nossa pesquisa demonstrou um dado triste e preocupante: o forte impacto da pandemia no desemprego levou a um aumento da evasão escolar de jovens que precisaram largar os estudos para ajudar em casa. Com este cenário de queda de renda, o pouco recurso disponível através do auxílio emergencial foi direcionado principalmente para suprir necessidades básicas e saldar dívidas”, diz Alexandre Ramalho, CEO da Go2Mob.

Geração de renda

Outro dado negativo: entre as pessoas que perderam o emprego entre março e outubro, mais de 70% ainda não conseguiram recolocação no mercado de trabalho.

A crise também transparece nas perguntas sobre Auxílio Emergencial. Quase 38% dos entrevistados declararam ter recebido o recurso na segunda rodada do benefício, contra 46,9% na primeira. Dos que receberam a extensão do auxílio em 2021, 31% dos entrevistados declararam ter usado o dinheiro para comprar alimentos e 11% para pagar dívidas. O dinheiro também foi empregado com frequência para a compra de remédios e produtos de higiene e limpeza.

“Os dados deste segundo levantamento demonstram que a vacinação ainda não teve um reflexo tão positivo na retomada de geração de empregos, um cenário que poderá melhorar dependendo de como a pandemia irá se comportar nos próximos meses”, acrescenta Luis Claudio Allan, CEO da FirstCom Comunicação.

Passaporte da vacinação

No tema imunização, quase 60% dos entrevistados concordam com a exigência do passaporte de vacinação para o acesso a lugares públicos, contra 20% contra a medida. Já o percentual favorável à exigência de comprovante de vacinação para funcionários de empresas ficou em 61%.

Ainda sobre o tema vacinação, 85,2% dos participantes declararam que vão continuar com distanciamento social e uso de máscara e álcool gel, mesmo depois de serem completamente vacinados.

Realizada nos dias 30 de setembro e 1º de outubro de 2021 com 4.520 pessoas das classes C e D de todo o país, a pesquisa foi baseada em perguntas feitas por celular sobre economia, emprego, saúde, vacinação, educação e consumo.

Imagem: BigStock

Redação

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