O Dia das Crianças movimentou o comércio da capital paulista em outubro e as vendas subiram, em média, 21,8% na comparação com setembro, mostra balanço da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Os números, obtidos pela Boa Vista S/A, apontam para um crescimento nos segmentos de brinquedos e roupas, o que fez com que a data ajudasse na redução das perdas acumuladas em razão do fechamento do comércio.
Embora positiva, a curva econômica ascendente, como mostra o indicador, deve ser analisada sob o ponto de vista de recuperação. Comparando-se outubro deste ano com o mesmo mês do ano passado, ainda se observa uma queda de 9,2%.
A associação aponta que existe uma tendência de aumento gradativo no varejo da capital, que é explicada pelo consumo das famílias assistidas pelo auxilio emergencial e pela flexibilização das medidas de isolamento com a reabertura os estabelecimentos comerciais.
“Tivemos uma primeira quinzena boa por causa do Dia das Crianças. O que observamos é uma melhora que vem se acentuando mês a mês na medida em que mais atividades voltam a funcionar”, comentou o economista da ACSP Marcel Solimeo.
Faltando pouco menos de 60 dias para o ano terminar, o economista acredita que o ano deve se encerrar com recuperação. “Dezembro deve ficar nos mesmos níveis que em 2019. Em um cenário mais otimista, baseado na amostra da Boa Vista S/A, é possível que tenhamos uma leve alta na comparação dezembro a dezembro”, pontuou.
Raio X do comércio em 2020
A derrubada da economia no município e seu retorno de crescimento gradativo podem ser contados em números. Para isso, basta que se comparem percentuais fechados do mês com o mesmo período de 2019, fora do contexto da Covid-19, e, logo após, com o período em que ocorreu o relaxamento do isolamento social. Em março, por exemplo, época em que as pessoas começaram a ficar em casa, registrou-se um recuo de 27% em relação aos 30 dias correspondentes do ano anterior.
Nos meses posteriores, a ACSP apontou balanços de -63,8% e -67% (abril e maio) também comparados ao período similar de 2019. O reaquecimento da economia começa a acontecer em seguida, com -54,9%, -47,7%, -33,6% (junho, julho e agosto respectivamente) em setembro, com -14,6% e em outubro, com -9,2%.
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