Consumo em restaurantes com vale-refeição começa a se recuperar

O valor gasto em supermercados com cartões-alimentação e refeição teve alta de 4,1% no Brasil em novembro de 2020, segundo levantamento feito pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) em parceria com a Alelo, especializada em benefícios, incentivos e gestão de despesas corporativas. Nos restaurantes, os dados de novembro indicam que o segmento registrou queda de 23,1% no valor total gasto.

As duas empresas têm divulgado dados sobre os impactos da Covid-19 nos estabelecimentos com os Índices de Consumo em Supermercados (ICS) e os Índices de Consumo em Restaurantes (ICR). Apesar de os números não parecerem positivos, os sinais são de recuperação.

No caso dos supermercados, o número de estabelecimentos que realizaram transações utilizando como meio de pagamento o benefício alimentação recuou ligeiramente na mesma base comparativa (-0,7%).  Por outro lado, as informações de novembro destacam que o volume de transações efetuadas em estabelecimentos desse segmento foi 13,9% inferior ao registrado no mesmo mês de 2019.

Segundo os pesquisadores da Fipe, apesar do resultado negativo, a comparação intertemporal evidencia que o volume de transações tem se recuperado nos últimos meses, reduzindo o impacto negativo na comparação com 2019: desde abril (quando foi 16,1% inferior ao mesmo mês de 2019), passando por maio (-17,1%) junho (-18,6%), julho (-15,4%), agosto (-16,9%), setembro (-15,5%), outubro (-14,5%) e novembro (-13,9%).

“Ao longo dos meses, observamos uma contínua recuperação da atividade econômica no segmento. Acreditamos que esses resultados apontam uma convergência com as medidas adotadas de reabertura e flexibilização da operação de restaurantes e outros estabelecimentos que servem refeições”, afirma Cesário Nakamura, presidente da Alelo.

Processo ‘visível’ de retomada

Em relação ao consumo em restaurantes, a queda de 23,1% no valor total gasto foi acompanhada por uma retração de 42,7% no volume de transações realizadas (em comparação a novembro de 2019). Por outro lado, o número de estabelecimentos comerciais que efetivaram transações em novembro de 2020 está muito próximo ao patamar registrado no mesmo mês de 2019 (-1,7%).

Esse processo de retomada é visível na variação entre o valor consumido em um dado período em 2020 e o mesmo mês de 2019: -48,5% (abril), -39,5% (maio), -34,5% (junho), -29,0% (julho), -28,6% (agosto), -27,7% (setembro), -25,4% (outubro) e -23,1% (novembro).

Os Índices de Consumo em Supermercados (ICS) acompanham as transações realizadas em estabelecimentos como supermercados, quitandas, mercearias, hortifrútis, sacolões, entre outros; e os Índices de Consumo em Restaurantes (ICR) apontam a evolução do consumo de refeições prontas em estabelecimentos como restaurantes, bares, lanchonetes, padarias, além de serviços de entrega (delivery) e retirada em balcão/para viagem (pick-up).

Efeitos nas diferentes regiões do País

Os resultados regionais revelam que os efeitos da pandemia continuam se distribuindo de forma heterogênea sobre as unidades federativas, refletindo a descentralização e as diferenças temporais entre os processos de fechamento e abertura das economias locais, bem como a interiorização da pandemia.

Adotando como parâmetro para análise de impacto o valor gasto em restaurantes, é possível evidenciar que as regiões mais impactadas negativamente em novembro foram a Sul (-24,4%) e Centro-Oeste (-23,3%), contrastando com os menores impactos observados nas regiões Norte (-13,7%) e Nordeste (-20,0%). Enquanto o consumo na região Sudeste ocupou posição intermediária no ranking, com variação de -23,2%.

Individualmente, as unidades federativas que registraram os maiores impactos negativos foram: Piauí (-34,7%), Distrito Federal (-29,2%), Rio de Janeiro (-29,1%), Tocantins (-28,0%) e Rio Grande do Sul (-27,6%), contrapondo-se àquelas que apresentaram crescimento ou menor redução no consumo: Acre* (+19,0%), Rondônia (+14,7%), Maranhão (-1,4%), Espírito Santo (-6,2%) e Amapá (-7,1%). Referente ao consumo em outras unidades federativas, vale mencionar os resultados de novembro para: São Paulo (-21,8%), Minas Gerais (-24,6%), Paraná (-25,7%) e Santa Catarina (-19,1%).

Imagem: Bigstock

Redação

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