Alguns dos hábitos de consumo adquiridos durante a pandemia de Covid-19 devem permanecer mesmo depois que ela tiver sido deixada para trás. Os consumidores se acostumaram com comodidades como a realização de exercícios físicos em casa, as compras pelas redes sociais e o acompanhamento de vídeos no estilo “do it yourself” (faça você mesmo).
Essas são algumas das conclusões de uma pesquisa realizada pela MindMiners, que vem monitorando o comportamento das pessoas na pandemia desde março do ano passado. Os estudos foram feitos em “ondas”, cada uma com uma amostra de 500 respondentes das cinco regiões do País.
Os resultados mostram que, neste ano que passou, a imensa maioria dos consumidores diminuiu gastos com supermercado (91%) ou realizou algum tipo de corte de gasto (74%). Além disso, 35% passaram a usar mais serviços de delivery e 23% deixaram de gastar com academia.
Entre as atividades que os entrevistados dizem que serão incorporadas à rotina mesmo depois que a pandemia acabar, estão o consumo de tutoriais para fazer produtos em casa (31%), a realização de sessões de exercícios ou uso de academia virtual (29%), o acompanhamento de lives musicais (23%) e o social commerce, ou a compra por meio de redes sociais (20%).
Os itens mais comprados pelo develiry são refeições (80%), medicamentos (42%), produtos para higiene pessoal (39%), alimentos para cozinhar em casa (37%) e produtos de limpeza (34%).
Marcas devem proteger funcionários
A pesquisa também mostra quais iniciativas, na análise do consumidor, são fundamentais para as marcas abraçarem neste momento de crise. Para 38%, a principal responsabilidade das empresas, hoje, é proteger e cuidar dos seus funcionários. Em seguida, aparecem conscientizar a população (25%), realizar doações (20%) e seguir as orientações do governo (14%).
Ainda segundo a MindMiners, a percepção dos consumidores sobre a forma como o Brasil lida com a pandemia vem piorando ao longo dos meses. Atualmente, 78% dos consumidores consideram que a situação do Brasil está pior do que a de outros países. Em março do ano passado, esse índice era bem menor, de 21%; em agosto, de 61%.
Além disso, ao longo dos meses, os clientes foram migrando de locais de compra. Houve, por exemplo, uma diminuição das compras em mercados de bairros (de 60% para 44%), em quitandas (32% para 17%), em feiras de rua (41% para 14%) e até nos supermercados (86% para 70%).
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