O IEMI – Inteligência de Mercado lançou um estudo atualizado sobre os Canais do Varejo de Vestuário. A análise abrange os últimos cinco anos (de 2013 a 2017) e estimativas para 2018, com dados relevantes para a tomada de decisão da indústria e do varejo. Segundo o IEMI, o varejo brasileiro de vestuário movimentou 6,2 bilhões de peças e R$ 220 bilhões em 2017, com crescimento de 8% em volumes e 9% em valores, em relação a 2016. A estimativa para 2018 é a movimentação de 6,3 bilhões de peças e R$ 226 bilhões em valores, um crescimento de, respectivamente, 1,5% e 2,7% sobre 2017.
Marcelo Prado, diretor do IEMI, afirmou que, com a melhoria dos fatores econômicos em 2019 (redução da inflação e juros; melhoria no emprego e massa salarial; e expansão do crédito) as estimativas preliminares apontam que o segmento de vestuário deverá apresentar crescimento de 2,6% em volumes e 4,2% em valores nominais.
Mesmo com a queda no número de peças comercializadas a partir de 2015 (-3,9%), a receita manteve-se crescente devido ao aumento no preço médio das peças vendidas (mais de 17% no período de 2015 a 2017) atribuído também à alta no preço médio por peça na indústria, de 26% no período.
Ao mapear os canais de varejo de vestuário do país, o IEMI concluiu que, ao final de 2017, existiam 149,1 mil pontos de venda, considerando as lojas de departamento especializadas em vestuário, redes de pequenas lojas, lojas independentes, hipermercados e lojas de departamento não especializadas em moda (que comercializam, além de vestuário, itens de decoração, móveis, eletrônicos e outros).
As lojas de departamento especializadas em vestuário, onde estão inseridas as grandes lojas de departamento, as redes monomarcas e multimarcas e as lojas independentes, juntas, representaram 98,6% dos pontos de venda espalhados pelo Brasil. Das 149 mil lojas especializadas em vestuário, 37,2% estão distribuídas pelos 571 shoppings do país e os 62,8% restantes são lojas de rua.
O canal mais representativo em volume de vendas é o de lojas independentes com 36,5% dos volumes comercializados. Esse perfil é comum a todos os públicos, exceto o feminino infantil, que tem como principal canal o de lojas de departamento especializadas.
Já em valores, as lojas de departamento especializadas em moda sobressaíram nos últimos 5 anos, ganhando maior participação de mercado e tornando-se o principal canal de distribuição do varejo de vestuário brasileiro, em receita. O canal é responsável por 31,4% das vendas; as lojas independentes respondem por 27,6%; as redes especializadas por 26,6%; lojas de departamento não especializadas por 8,8% e os hipermercados por 5,6%.
De todas as linhas de produto, a de moda íntima/dormir foi a única que apresentou resultado positivo quanto ao volume de peças comercializadas, crescendo 5,5% no período. Em valores, o aumento foi de 28,7%, em termos nominais, sem descontar a inflação. Com relação ao ano de 2016, a alta em 2017 foi de 9,3% em peças e 8,6% em valores. “O segmento de moda íntima/dormir sofreu com a crise em 2015 e 2016, tanto quanto os demais segmentos do vestuário, mas obteve uma recuperação bem mais rápida na retomada. Contribuíram o fato de que é um produto de primeiríssima necessidade, de menor durabilidade com peças leves e de uso diário, e que custam bem menos que as roupas em geral”, acrescentou Prado. De acordo com ele, a recuperação em 2017 foi lenta e seletiva para o vestuário em geral, mas, por suas características, a moda íntima/dormir perdeu menos com a crise e se recuperou melhor na retomada.
Ainda numa análise da segmentação do varejo de vestuário por linha de produto, verifica-se que a linha casual é a mais representativa, com 45,2% das peças e 52,9% dos valores comercializados no ano de 2017. A segunda linha em volume de peças é a íntima/dormir com 13,8% das peças comercializadas. Já em valores movimentados no varejo, a segunda colocação fica para a linha de moda esportiva com 12%.
No ano de 2017, em comparação com 2016, a linha casual foi a que obteve o maior resultado, quando cada segmento é analisado separadamente, tendo um crescimento de 10,3% em volume de peças e de 11,8% em valores.
“O ano de 2018 foi impactado pela interferência de movimentos externos ao mercado consumidor de moda, como a greve dos caminhoneiros, Copa do Mundo e as incertezas da eleição. Mesmo assim, as expectativas são de crescimento nas vendas do segmento, ainda que em pequena monta, mas com perspectivas melhores para 2019”, concluiu Prado.
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