Além da falta de doses para acelerar a vacinação contra a Covid-19, algumas cidades no interior do País também sofrem com a infraestrutura precária para imunizar a população, com falta até de geladeira para armazenar a vacina. Esse é um exemplo dos problemas encontrados pelo Unidos Pela Vacina, movimento que reúne empresas e entidades para ajudar os municípios a acelerar imunização de todos os brasileiros até setembro.
“[Em alguns municípios] não tem wi-fi, não tem caixa térmica e em alguns não tem nem geladeira. Não é uma geladeira que vai no Magazine e compra. É uma geladeira própria, com termômetro, aprovada pela Anvisa”, contou Luiza Trajano, idealizadora do movimento e presidente do Conselho do Magazine Luiza e do Grupo Mulheres do Brasil, no evento Lide Talks promovido nesta quarta-feira (8) pelo Lide, grupo de lideranças empresariais.
A participação de farmácias como uma extensão do SUS é um dos caminhos para ampliar a imunização. “As farmácias estão começando a aplicar sem ganhar nada, como um preposto do SUS. Quem leva a vacina e quem organiza é o SUS. As 30 mil farmácias filiadas do IDV – ainda não deu tempo de filiar todas – serão prepostos do SUS”, disse
Algumas redes já aderiram. Em São Paulo, 17 unidades da rede Raia Drogasil e duas da rede Pague Menos instalaram pontos de vacinação. Parcerias semelhantes estão acontecendo em outros pontos do País.
Conexão com os municípios
Marcelo Silva, presidente do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV) e um dos coordenadores do Unidos pela Vacina, explicou que a premissa do movimento é não receber doações em dinheiro ou operar esse processo, mas fazer a ponte entre demandas identificadas nas secretarias de Saúde e os recursos que doadores (empresas e entidades) podem oferecer.
“O Unidos Pela Vacina só faz a conexão entre os doadores e os municípios. E isso vem num crescimento muito grande”, disse.
O Unidos Pela Vacina trabalha com a meta de atingir 70% da população imunizada em setembro. “Se tivermos 70% de vacinados, já começa o princípio da normalidade. O lockdown começa a desaparecer, o comércio volta a funcionar normalmente, aumenta a produção para abastecer o consumo. Só resolveremos o problema da economia quando resolvermos o problema da imunização”, diz.
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