Após dois meses em queda, a ruptura – índice que mede a falta de produtos nos supermercados – voltou a subir no Brasil e o mês de abril fechou em 11,03%. No ranking de produtos com maior ruptura, estão as bebidas à base de soja, leite longa vida, ovos e até o rum e chocolates, conforme aponta estudo exclusivo desenvolvido pela Neogrid, empresa especializada na sincronização da cadeia de suprimentos. Entre as razões para a alta, está o aumento do consumo estimulado pela volta do auxílio emergencial.
A ruptura vem oscilando no País. Após quatro meses em alta (de setembro de 2020 a janeiro deste ano), o índice havia recuado nos meses de fevereiro (11,45%) e março (10,68%). Em abril, porém, tornou a subir, chegando à casa dos 11,03%. De acordo com Robson Munhoz, CCSO (Chief Customer Success Officer) da Neogrid, o cenário se explica porque nos primeiros meses do ano houve uma retomada da produção de embalagens, principalmente os produtos que têm como matérias-primas o vidro e o alumínio.
“Já essa alta na ruptura de abril vem pelo consumo mesmo. O programa de auxílio do governo fez com que as famílias voltassem aos supermercados. Apesar de pequena em relação ao ano passado, toda a ajuda financeira nesse momento é bem-vinda. Porém, com menos dinheiro, o consumidor passa a comprar produtos de menor valor, mas que cumprem o mesmo propósito. Em resumo, ele começa a migrar para marcas mais baratas e o varejo não responde tão rapidamente assim a essa mudança de comportamento do consumidor, o que gera a falta de alguns produtos nas prateleiras”, explica Munhoz.
O executivo da Neogrid ainda chama atenção para outro ponto importante. Com a pandemia e o cenário econômico, algumas indústrias começam a apresentar problemas financeiros e isso afeta o ritmo de produção. Em abril, o ranking dos produtos que tiveram maior ruptura é liderado pelas bebidas à base de soja.
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