O Gartner prevê que 25% das pessoas passarão pelo menos uma hora por dia no metaverso até 2026. Segundo a empresa de pesquisa e consultoria, o ambiente que vem se firmando como tendência será usado para trabalho, compras, educação, social e entretenimento.
“Os fornecedores já estão criando maneiras para os usuários replicarem suas vidas em mundos digitais”, diz o vice-presidente de Pesquisa do Gartner, Marty Resnick. “Desde a participação em salas de aula virtuais até a compra de terrenos digitais ou a construção de casas virtuais, temos visto que as atividades estão sendo realizadas, atualmente, em ambientes separados. Eventualmente, no futuro, elas ocorrerão em um único ambiente, o metaverso, com vários destinos em tecnologias e experiências.”
O Gartner define o metaverso como um espaço virtual compartilhado e coletivo, criado pela convergência da realidade física e digital virtualmente aprimorada. É persistente, proporcionando experiências imersivas aprimoradas, bem como independente e acessível de qualquer tipo de dispositivo, de tablets a monitores montados na cabeça.
Para a CEO da Benkyou, Eva Lazarin, as previsões do Gartner fazem sentido. “Cinco anos, levando em consideração a aceleração tecnológica que vivenciamos, é tempo suficiente para essa projeção se confirmar. Nunca estivemos com tantas variáveis de infraestrutura e conhecimento conspirando a favor.
Pode até ser que o metaverso assuma redesenhos, porque a experimentação levará sua elocubração à aplicabilidade. E passos importantes já foram dados”, afirma ela.
O metaverso foi tema de Eva Lazarin no Interactive Retail Trends – Pós-NRF, promovido pela Gouvêa Experience. No evento, grandes executivos e especialistas no setor resumiram os aprendizados da NRF 2022 e debateram as perspectivas para o cenário brasileiro (é possível ter acesso a todo o conteúdo exclusivo por meio do aplicativo Gogou, clicando aqui).
Moeda digital e NFT
Como nenhum fornecedor será o proprietário do metaverso, o Gartner espera que ele tenha uma economia virtual habilitada por moedas digitais e tokens não fungíveis (NFTs). Para a empresa, o metaverso impactará todos os negócios com os quais os consumidores interagem todos os dias.
Ele também afetará a forma como o trabalho é feito. Para o Gartner, as organizações fornecerão melhor engajamento, colaboração e conexão com seus funcionários por meio de escritórios virtuais em espaços de trabalho imersivos. As empresas não precisarão criar sua própria infraestrutura para fazer isso porque o metaverso fornecerá a estrutura. Além disso, os eventos virtuais que ganharam popularidade nos últimos 18 meses oferecerão oportunidades e workshops de networking mais colaborativos e imersivos.
Eva Lazarin, da Benkyou, concorda – e vai além: “O metaverso pode propiciar não só a colaboração, mas desde já permitir colocar um operador dentro de uma fábrica virtual, em ambientes até inóspitos no qual ele pode aprender sobre segurança. Ou, como já fazemos com alguns clientes, criar ambientes futuristas onde a empresa se projeta levando seu time a projetar juntos as novas realidades, inspirando, engajando e inclusive promovendo a inovação por parte dos times que podem, por meio do mundo imersivo, compreender as ambições da empresa é melhor cooperar.”
Para Resnick, do Gartner, as empresas terão a capacidade de expandir e aprimorar seus modelos de negócios de maneiras sem precedentes, passando de “um negócio digital para um negócio metaverso”. “Até 2026, 30% das organizações do mundo terão produtos e serviços prontos para o metaverso.”
A adoção de tecnologias de metaverso é incipiente e fragmentada, e o Gartner alerta as organizações sobre o investimento pesado em um metaverso específico. “Ainda é cedo para saber quais investimentos serão viáveis no longo prazo, mas os gerentes de produto devem dedicar um tempo para aprender, explorar e se preparar para um metaverso adequado para se posicionar de forma competitiva”, completa Resnick.
Imagem: Shutterstock